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    Massacre em presídios

    Policiais tiram mais feridos de presídio tomado por presos há sete dias no RN

    LEANDRO MACHADO
    AVENER PRADO
    ENVIADOS ESPECIAIS A NATAL

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    20/01/2017 18h21

    Avener Prado/Folhapress
    Membro do PCC é socorrido com ferimentos no sétimo dia de rebelião na penitenciária de Alcaçuz
    Membro do PCC é socorrido com ferimentos no sétimo dia de rebelião na penitenciária de Alcaçuz

    Policiais militares retiraram mais três detentos feridos da penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, na tarde desta sexta-feira (20), no sétimo dia de rebelião.

    Os presos feridos, que seriam membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), foram colocados em macas pelos companheiros e puxados por policiais e socorridas das guaritas do presídio, já que a entrada da unidade estaria sob controle do Sindicato do Crime do RN, facção rival.

    Outros três detentos já tinham deixado o local em ambulâncias na noite de quinta (19) após a entrada dos homens do Batalhão de Choque. A Secretaria de Segurança Pública, não divulgou o total de feridos e de mortos em decorrência das brigas entre os detentos.

    O confronto mais violento aconteceu na manhã de quinta, entre membros do PCC e do Sindicato. A confusão fez com que o Batalhão de Choque entrasse novamente no presídio para evitar novos enfrentamentos.

    Mesmo com policiais militares na unidade, porém, os detentos voltaram a circular livremente com armas, celulares pela penitenciária nesta sexta-feira, inclusive pelos telhados. Eles também fizeram um culto religioso, com caixa de som, microfone e violão. Os cânticos eram ouvidos do lado de fora da prisão.

    Até o momento, o sistema prisional do Rio Grande do Norte contabiliza oficialmente 27 mortes, sendo 26 em Alcaçuz. Todas teriam ocorrido no início dos motins, no último final de semana. A outra morte aconteceu na penitenciária do Seridó, em Caicó, também em decorrência de conflitos entre as duas facções.

    ATAQUES

    Na última quarta (18), a violência ultrapassou os muros das penitenciárias e chegou às ruas. Segundo o governo estadual, já foram contabilizados 38 ataques, sendo 34 ocorrências de incêndios e princípios de incêndio contra veículos e uma delegacia, e mais quatro ocorrências de disparos de arma de fogo contra prédios públicos.

    Com isso, a população de Natal registra nesta sexta o terceiro dia sem transporte público. Os veículos chegaram a circular em alguns momentos, mas acabaram retornando às garagens nos últimos três dias. Táxis e ônibus escolares estão autorizados a fazer lotação e se tornaram uma opção para a população.

    Para reforçar a segurança, as Forças Armadas deverão atuar nas ruas de Natal entre os dias 20 e 30. Segundo o Ministério da Defesa, serão cerca de 1.800 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica atuando. O ministro Raul Jungmann (Defesa) viajou para a cidade nesta sexta para acompanhar os trabalhos.

    Detentos mortos em 2017

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