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    Massacre em presídios

    Força Nacional encontra três túneis na penitenciária de Alcaçuz, no RN

    DANILO SÁ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NATAL (RN)

    23/01/2017 10h44

    Policiais da Força Nacional encontraram três túneis ao redor da penitenciária de Alcaçuz, entre este domingo (22) e a manhã desta segunda-feira (23), segundo a Secretaria da Segurança.

    Um dos túneis estava camuflado com galhos de árvores, enquanto outro só foi descoberto após a forte chuva que caiu na região neste domingo levar parte da areia. A polícia não sabe se as escavações foram utilizadas para fuga durante as rebeliões.

    Todos os túneis, de acordo com a secretaria, já foram fechados pelos próprios agentes de segurança.

    A penitenciária registrou uma nova tentativa de fuga na madrugada desta segunda (23). Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado, alguns detentos tentaram escapar pelo telhado de um dos alojamentos. Um agente penitenciário percebeu a movimentação e disparou em direção presos.

    Os presos recuaram e voltaram para dentro do presídio. Um dos detentos foi atingido no braço. Ele foi socorrido e levado para o hospital Walfredo Gurgel, onde passa bem.

    Ao menos 26 detentos morreram na última semana após presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e do Sindicado do Crime do Rio Grande do Norte se amotinarem e entrarem em confronto no sábado (14).

    A rebelião foi motivada por uma briga nos pavilhões 4 e 5 do presídio envolvendo as facções após a invasão de um pavilhão por presos inimigos, o que deu início ao motim.

    Na quinta (19), os detentos voltaram a se enfrentar. Policiais fizeram disparos com armas de munição não letal e armas comuns para tentar conter o confronto. Durante a semana, a prisão permaneceu sob o controle das facções, com presos amotinados exibindo facões e bandeiras de seus grupos em cima do telhado dos pavilhões.

    No sábado (21), o governo do Rio Grande do Norte colocou contêineres dentro da prisão para separar presos das duas fações criminosas que circulavam livremente pelo presídio. Depois, o governo pretende construir um muro para separar definitivamente as duas facções.

    A violência que se instalou em Alcaçuz atingiu também as ruas de Natal, com ônibus e carros queimados depois que presos do Sindicato do Crime foram transferidos do presídio. Na sexta, cerca de 650 homens do Exército chegaram a Natal para fazer policiamento ostensivo a fim de tentar conter o medo da população e a desordem.

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