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    Governo reforça distribuição de vacina para combater surto de febre amarela

    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    25/01/2017 19h23 - Atualizado às 20h24

    Mastrangelo Reino-10.nov.2016/Folhapress
    RIBEIRÃO PRETO, SP, 10.11.2016: SAÚDE-SP - Ônibus da Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto (SP) vacinou moradores contra a febre amarela na Esplanada do Theatro Pedro II. A Divisão Epidemiológica da Secretaria da Saúde divulgou que apenas 4.700 pessoas tomaram a vacina contra a febre amarela desde que foi emitida (em 24 de outubro) nota técnica informando a ocorrência de morte de um macaco com a doença. A procura está abaixo do esperado. (Foto: Mastrangelo Reino/Folhapress)
    Técnico manipula vacina contra a febre amarela em Ribeirão Preto (SP)

    O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (25) que reforçará a distribuição da vacina de febre amarela em 11,5 milhões de doses para combater o maior surto da doença no país desde 2000.

    Até terça-feira (24), haviam sido confirmados 70 casos, contra 85 naquele ano, segundo dados do ministério.

    Além disso, segundo reportagem da Folha de janeiro de 2001, foram registradas 39 mortes por febre amarela em 2000, contra 40 confirmadas até esta terça em 2017, segundo o ministério –37 em MG e 3 em SP. O governo de MG já fala em 38 mortos pela doença.

    De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Eduardo Hage, já foram distribuídas 5,4 milhões de doses extras da vacina para os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Bahia.

    Minas, o mais afetado, com 66 casos confirmados até terça, segundo o governo federal, recebeu 2,9 milhões de doses. São Paulo, com três mortes confirmadas, 700 mil doses extras.

    Segundo Hage, a produção da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que normalmente soma entre 4 milhões e 4,5 milhões de doses por mês, será ampliada para 9 milhões. De acordo com ele, no entanto, as doses não devem ser aplicadas em toda a população. "Apesar de ser uma vacina segura, há risco de efeitos adversos", afirma.

    "De maneira alguma pessoas que morem fora da área de risco precisam tomar a vacina", diz o infectologista do hospital Emílio Ribas Jean Gorinchteyn. A busca pela vacina em São Paulo tem gerado filas em postos de saúde e falta de doses.

    SURTO DE FEBRE AMARELA - Número de casos e mortes é o maior dos últimos anos

    Segundo Hage, o Ministério da Saúde estudará a possibilidade de aumento da área de vacinação regular. "Claro que as áreas que comprovadamente tiveram ocorrência do vírus da febre amarela em humanos e macacos [neste surto] serão incluídas", afirmou.

    A extensão do aumento dos locais de recomendação de vacina, no entanto, só deve ser avaliada após o término do surto atual. "Somente após o fim da expansão geográfica nós vamos ter uma melhor precisão."

    CAUSAS

    De acordo com Gorinchteyn, o aumento periódico de casos pode ser explicado por um desequilíbrio ambiental aliado à falta de imunização da população em áreas de risco.

    "Por um lado, algum evento no ecossistema local, desmatamento, queimada, fez esses mosquitos se deslocarem para fora da floresta", afirma ele. "Por outro, existe a presença de uma população que não estava protegida."

    Outros picos de casos foram registrados no país em 2003, com 64 casos, em 2008, com 46 casos, e em 2009, com 47 casos confirmados.

    O ministério afirma não ser possível traçar a causa exata do surto ou se há conexão com o desastre da Samarco em Mariana (MG) —possibilidade aventada pelo ministro Ricardo Barros na terça.

    Municípios com casos notificados de febre amarela

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