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Haruyoshi Ono (1943-2017) |
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Cotidiano
Saturday, 04-May-2024 06:17:30 -03Haruyoshi Ono (1943-2017)
Mortes: Arquiteto que continuou legado de Burle Marx
FERNANDA PEREIRA NEVES
DE SÃO PAULO02/02/2017 00h00
Uma placa no Aterro do Flamengo colocou o jovem Haruyoshi Ono no caminho do arquiteto Roberto Burle Marx. Haru ainda estudava na Universidade do Brasil –hoje Federal do Rio de Janeiro- quando, no caminho de casa, viu o anúncio. Em alguns dias, estava com um amigo pedindo estágio no tal escritório.
Foram alguns anos de estágio voluntário, arrumando e limpando materiais de desenho. Mas assim que se formou, em 1968, veio o convite de sociedade. Ao todo, foram 26 anos trabalhando com Burle Marx, que morreu em 1994, e mais 23 à frente da empresa.
Haru participava de tudo nos projetos. Passava pela topografia, projeto arquitetônico, designer, botânica. "Está tudo interligado. A gente trabalha pensando nas sombras, nas coberturas, interação das plantas", diz Julio, filho de Haru e um dos sócios que manterão o legado do escritório de Burle Marx agora.
Filho de japoneses, Haru era discreto, calado, mas muito atento. Começou a mostrar jeito para desenho e paisagismo ainda criança –influência da mãe, sempre entretida com crochê, origami, plantas e outros trabalhos manuais. Pequeno, copiava desenhos de seus quadrinhos para vender.
Já arquiteto, fez projetos como o da Vila dos Atletas, no Parque Olímpico do Rio; do Parque do Flamengo, conhecido como Aterro; e do Kuala Lumpur City Centre, na Malásia. Esse último foi o primeiro que finalizou sozinho, após a morte de Burle Marx.
Ainda tinha projetos na prancheta e viagem marcada quando morreu, no dia 22, aos 73, após hemorragia cerebral. Deixa a mulher, três filhos, uma enteada e cinco netos.
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