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    Tensão entre facções causa tumulto em penitenciária no interior de SP

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    02/02/2017 15h37

    A tensão entre presos do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do CV (Comando Vermelho) gerou tumulto na noite de quarta-feira (1), na Penitenciária 1 de Presidente Vencelau (a 611 km de SP), obrigando o grupo de elite da SAP (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) a invadir a prisão e atirar bombas de gás.

    Criminosos do PCC começaram a quebraram objetos dentro da cela, como camas. O GIR (Grupo de Intervenção Rápida) da SAP foi enviado para assumir o controle da situação, utilizou bombas e iniciou uma revista dentro da unidade.

    A SAP confirma o tumulto, mas não dá mais detalhes. "A unidade opera normalmente, dentro dos padrões de segurança e disciplina", afirmou a secretaria, em nota.

    A reportagem apurou que o governo estadual pretendia transferir 97 detentos ligados ao Comando Vermelho para outra prisão no interior do Estado, em Florínea (475 km de SP). Para isso, os detentos que estão nessa unidade deveriam ser transferidos antes.

    O objetivo da transferência dos detentos do Comando Vermelho é evitar que haja incidentes relacionados às guerras entre facções criminosas, que deixaram mais de 130 detentos mortos pelo país. PCC e CV brigam pelo domínio do tráfico de drogas no país.

    FUGAS

    O tumulto em Presidente Venceslau não foi o primeiro neste ano no Estado. No último dia 24, 152 fugiram no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Bauru, no interior do Estado.

    Fugas em massa em prisões em São Paulo já resultaram, em quatro meses, num saldo de ao menos 704 presos foragidos temporariamente, o equivalente à lotação máxima de unidade prisional inteira.

    A maioria dos presos acabou sendo recapturada pela Polícia Militar. No entanto, as fugas foram suficientes para causar pânico nas cidades em que ocorreram os casos.

    GEGÊ DO MANGUE

    A Justiça expediu mandado de soltura de um dos líderes do PCC, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, conforme informou o jornal "O Estado de S. Paulo". Ele responde a processos por homicídio, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

    A defesa dele conseguiu reverter prisões provisórias que o mantinham preso, antes dos julgamentos. Um deles está marcado para ocorrer no próximo dia 20 de fevereiro.

    Gegê chegou a ser apontado como um dos possíveis sucessores de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo da facção. É tido pela polícia como um criminoso violento.

    Ele foi flagrado enviando para Marcola um bilhete sobre o sucesso na operação para matar o juiz-corregedor de Presidente Prudente (SP), Antônio Machado, em 2003

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    As feridas de maio - PCC

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