Pianista profissional, Paulo Herculano percebeu cedo que queria mais do que a solitária batalha pela carreira de solista. Decidiu abraçar então todo um leque de opções: foi professor, compositor, diretor musical. Até como ator ele chegou a arriscar.

"Ele era meio porra-louca mesmo. O tipo de pessoa que se atirava em tudo com paixão", diz a sobrinha Cecília.

Nascido em Rio Claro, no interior paulista, Paulo teve as primeiras aulas de piano quando ainda tinha cinco anos. Depois vieram o conservatório, em Campinas, a Escola Livre de Música, em São Paulo, e os cursos no exterior.

Na década de 1960, começou a dar aulas, fazer produções para rádios e TVs, composições para filmes e balés. Mas foi nos espetáculos teatrais que dedicou a maior parte de sua carreira.

O primeiro grande espetáculo foi "A megera domada", de Shakespeare. Ao todo, foram mais de 30 anos de montagens, orquestrações, adaptações, preparações vocais de elencos. Passando por peças como "Hair", "Jesus Cristo Superstar" e "Mahagony".

A postura de Paulo era sempre a mesma: sério, exigente, perfeccionista. Era crítico com os outros e com ele mesmo. "Seus alunos não podiam ser medíocre, tinham que ser ótimo", brinca o amigo Samuel.

Continuou a trabalhar até perto dos 80 anos, quando uma doença pulmonar degenerativa começou a pesar –resultado de anos de cigarros. Ainda assim, acabava acionado por amigos e colegas para algumas sugestões e ajudas.

Morreu dia 28, aos 81, em decorrência de problemas pulmonares. Deixa uma irmã, oito sobrinhos e vários amigos.

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