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    Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná

    MARTHA ALVES
    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE SÃO PAULO

    07/02/2017 03h19 - Atualizado às 09h53

    Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress
    Manifestante é preso durante protesto contra aumento de passagem de ônibus em Curitiba
    Manifestante é detido durante protesto contra aumento de passagem de ônibus em Curitiba

    O protesto contra o aumento das passagens de ônibus na noite desta segunda-feira (6) terminou em quebradeira e confusão no centro de Curitiba (PR). A tarifa passou de R$ 3,70 para R$ 4,25.

    Pelo menos 11 manifestantes foram detidos por vandalismo, segundo a PM. Ainda não há confirmação de quantas pessoas ficaram feridas.

    O ato, convocado pelas redes sociais, começou por volta das 18h na praça 19 de dezembro. Segurando cartazes, bandeiras e faixas, o grupo saiu em caminhada pelas ruas do centro. Nas faixas foram escritas frases, como "4,25 não aceito", "não 4,25" e "se a tarifa não baixar, a cidade vai parar".

    Entre os manifestantes havia pessoas com rostos cobertos que começaram a quebrar portas de bancos e estações tubo (pontos de parada de ônibus). Eles também picharam muros com frases, como "4,25 é roubo.

    Policiais militares usaram bombas de efeito moral, gás pimenta e balas de borracha contra as pessoas que participavam do protesto. Nas redes sociais, a deputada estadual e ex-ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos Maria do Rosário (PT) criticou a ação da polícia.

    "Tropa de choque atira em manifestantes contra aumento abusivo do ônibus que passa a R$ 4,25. Lutar é um direito", escreveu a ex-ministra.

    O grupo CWB Resiste, um dos organizadores do protesto, postou o relato e fotos de um manifestante que teve as duas pernas feridas. Ele falou que estava em um cordão de isolamento feito pelo grupo para evitar que os carros invadissem a passeata.

    Segundo o militante, os policiais não foram atrás dos "agitadores" que estavam depredando os bancos, mas passaram a atirar nas pessoas que estavam no cordão de isolamento.

    "Neste momento eu fui atingido por uma bomba pelas costas e meus companheiros também. Fomos perseguidos e massacrados pela polícia de Greca e Beto Richa", disse, em crítica ao prefeito de Curitiba e ao governador do Estado.

    Em nota, a Urbs, órgão da prefeitura responsável pelo sistema de transporte público, informou que uma cobradora foi agredida por manifestantes durante o quebra-quebra, e ônibus foram pichados.

    "A Urbs entende e aceita o valor democrático das manifestações, mas considera vandalismo o que aconteceu ontem", informou a prefeitura.

    O CWB Resiste afirmou que "reprimir os manifestantes é ferir a democracia", e classificou a ação da PM como uma "emboscada covarde".

    "Nenhuma ação justifica a violência desmedida do corpo policial", declarou o movimento. O grupo informou que não organizou nem esteve envolvido com a quebradeira de bancos e vandalismo, e que sua função era convocar o protesto e ajudar na segurança.

    Nas redes sociais, a deputada estadual e ex-ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos Maria do Rosário (PT) criticou a ação da polícia. "Tropa de choque atira em manifestantes contra aumento abusivo do ônibus que passa a R$ 4,25. Lutar é um direito", escreveu a ex-ministra.

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