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    Jornalistas e emissoras são alvos de ataques e ameaças no Espírito Santo

    LEONARDO HEITOR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM VITÓRIA

    09/02/2017 13h51

    A onda de violência que assola o Espírito Santo desde o início da greve dos policiais militares, na última sexta-feira (4), atingiu também a imprensa. Na madrugada desta quinta-feira (9) a sede da Rede Gazeta, afiliada da Rede Globo no estado, que fica na Ilha de Monte Belo, em Vitória, foi alvo de tiros. Os disparos atingiram o auditório da emissora e quebraram as vidraças do local, mas ninguém se feriu.

    Em nota, a Rede Gazeta informou que "foi atingida por cinco disparos em direção ao auditório da sede da empresa, em Vitória. Felizmente não houve vítimas e todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. A empresa está sendo assessorada por especialistas em segurança visando a garantir integridade dos funcionários e o cumprimento da sua missão de informar a população."

    Jornalistas também têm sido alvo de ameaças por telefone, redes sociais e inclusive no exercício da profissão, como foi o caso da repórter Raylline Haussmann, da TV Capixaba, afiliada da Rede Bandeirantes no Espírito Santo. Ela disse que foi agredida verbal e fisicamente por manifestantes que estavam na frente do Batalhão de Missões Especiais (BME), em Vitória.

    "Tivemos a informação de que uma viatura iria sair do BME para atender uma urgência. Fomos para lá registrar e tentaram nos impedir, nos empurrando, puxando pelo braço, querendo evitar a gravação de todas as formas. Colocavam sombrinhas, roupas e também taparam com a mão. Nos intimidaram o tempo todo. Uma mulher chegou a me puxar pela cintura", afirmou.

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    "Ainda fomos vítimas de agressão verbal. Nos chamaram de piranha, vagabunda e outras coisas. Me senti completamente desrespeitada, no exercício da minha profissão", acrescentou.

    Em nota divulgada à imprensa (na íntegra, abaixo), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) declararam que "repudiam o ataque na madrugada desta quinta-feira (9) à sede da Rede Gazeta, em Vitória".

    As associações ainda afirmam que estão preocupadas com as ameaças e agressões sofridas por jornalistas e que "alertam para a disseminação de notícias falsas pelas redes sociais, gerando desinformação e segurança"."Trata-se de mais uma demonstração da importância fundamental do jornalismo profissional para a sociedade."

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    VEJA A NOTA NA ÍNTEGRA

    A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiam o ataque na madrugada desta quinta-feira (9) à sede da Rede Gazeta, em Vitória (ES), onde funcionam todos os veículos de comunicação do grupo –emissoras de rádio e de televisão, jornais e sites.

    O prédio da emissora foi atingido por quatro tiros que quebraram as vidraças do auditório, onde são realizados eventos e reuniões. No momento do atentado, não havia nenhum funcionário no local.

    Após os disparos, os seguranças da empresa fizeram uma ronda na região e acharam os projéteis e as marcas de bala.

    As associações condenam com veemência mais esta agressão à liberdade de imprensa e pedem às autoridades locais uma rigorosa apuração dos fatos.

    As associações registram ainda, com grande preocupação, as ameaças e agressões que os jornalistas do Espírito Santo têm recebido em função da cobertura dos recentes episódios no Estado.

    Ao mesmo tempo, alertam para a disseminação de notícias falsas pelas redes sociais, gerando desinformação e insegurança. Trata-se de mais uma demonstração da importância fundamental do jornalismo profissional para a sociedade.

    Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
    Associação Nacional de Editores de Revistas
    Associação Nacional de Jornais

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