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    Sobe para 137 número de mortos no Espírito Santo

    CAROLINA LINHARES
    ENVIADA ESPECIAL A VITÓRIA

    LEONARDO HEITOR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE VITÓRIA

    11/02/2017 13h16

    Outras 20 mortes foram registradas no Espírito Santo entre sexta-feira (10) e a manhã de sábado (11), segundo informação do Sindicato dos Policiais Civis do Estado. Assim, chega a 137 o número de mortos no Espírito Santo desde o início do motim da PM, que já dura uma semana.

    Nove mortos foram confirmados apenas na manhã de sexta, apesar de acordo entre associações de policiais militares e o governo do Espírito Santo para o fim do movimento, que mantém PMs e bombeiros militares fora das ruas.

    Mulheres de policiais continuavam acampadas em frente a batalhões em Vitória depois das 7h, prazo para os PMs voltarem às atividades sem punição.

    O governo estadual não atendeu ao pedido de reajuste salarial, mas ficou de apresentar uma proposta no fim de abril deste ano.

    Policiais militares à paisana e mulheres em torno do Quartel do Comando-Geral da PM, do Batalhão de Missões Especiais e do 1º Batalhão afirmam que nenhuma viatura saiu durante a madrugada.

    O motim permanece da mesma forma, segundo dizem. No pátio do 1º Batalhão, as viaturas estavam estacionadas após o prazo dado pelo governo.

    Os policiais que não retomaram as atividades estão sujeitos a indiciamento pelo crime militar de revolta, que leva a expulsão do militar e prevê pena de 8 a 20 anos de prisão.

    Também poderão ser alvos de processos administrativos internos, que igualmente podem levar à expulsão e são mais céleres que os processos criminais.

    Um total de 703 policiais já foram indiciados por revolta até sexta (10).

    RENÚNCIA

    Durante a madrugada, o presidente da Associação de Cabos e Soldados do Espírito Santo, Renato Martins, afirmou que não se considera mais dirigente da entidade.

    "Eu não estou legitimado para negociar em nome da categoria, e a categoria não me reconhece como representante dela. Eu não estou legitimado para lidar com essa situação", afirmou.

    Após ter assinado o acordo, Martins foi tentar convencer policiais da Rotam a voltar ao trabalho.

    "Não fomos compreendidos e, pelo contrario, a tropa nos viu como pessoas que traíram a categoria e que não deveriam ter assinado a proposta que o governo nos fez", disse.

    "Saí da Rotam com gritos de 'vergonha, vergonha'. Eu não consigo enxergar possibilidade de continuar à frente da Associação de Cabos e Soldados. [...] Eu sinceramente entendi que nós tínhamos encontrado uma boa solução para essa situação, mas eu já percebi que eu fracassei."

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