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    'Modelo' para Interlagos, circuito árabe é diferente da proposta de Doria

    DIOGO BERCITO
    ENVIADO ESPECIAL A ABU DHABI (EMIRADOS ÁRABES)

    13/02/2017 16h21

    O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), acelerou na segunda-feira (13) até exceder o limite de velocidade das marginais: aproximou-se dos 210 km/h. O tucano dirigiu um carro de corrida modelo Aston Martin GT4 no autódromo de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, durante sua visita à região do Golfo em busca de investidores.

    A passagem de Doria pelo autódromo tinha por objetivo conhecer o modelo de gestão da pista, ao qual ele se referiu durante sua campanha como exemplo para a privatização de Interlagos. Mas o prefeito deparou-se, no Golfo, com um esquema distinto: o autódromo de Abu Dhabi é um investimento do governo e tem apenas a gestão privada. Doria defende que Interlagos seja completamente privatizado.

    O prefeito disse a jornalistas que o contexto paulistano pede por uma solução específica, daí as diferenças. "Há características distintas. Há quase um dono do país", disse, referindo-se ao xeque Khalifa bin Zayed Al Nahyan, emir de Abu Dhabi e chefe de Estado dos Emirados Árabes. A família real é a responsável pelos fundos do empreendimento.

    A inspiração para São Paulo seria outra, portanto: "seguir os modelos de eficiência do autódromo, que é cobrado pelo governo para que o investimento seja rentável", segundo o prefeito.

    Eduardo Anizelli - 11.nov.16/Folhapress
    Piloto da Mercedes durante treino da Formula 1 no autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo
    Piloto da Mercedes durante treino da Formula 1 no autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo

    TROPICÁLIA

    Doria reuniu-se por mais de uma hora com Al Tareq Al Ameri, CEO do Yas Marina Circuit, o autódromo de Abu Dhabi. Ele visitou também o centro de controle da pista. Ameri afirmou que, quando o projeto foi aberto, em 2009, os gestores buscaram inspiração em outros modelos de sucesso. Sua sugestão a São Paulo é buscar sua própria identidade.

    "O prefeito pode aprender e criar a sua própria fórmula", disse. "Nós podemos transferir o conhecimento, mas precisaria haver um time local." Doria afirmou, em resposta, que buscaria a "tropicalização" da experiência.

    No caso de Abu Dhabi, o desafio à época foi lidar com uma população sem o costume de acompanhar corridas, razão pela qual o autódromo se cercou de uma série de outros empreendimentos. Há sete hotéis prontos e dois em construção, um parque de diversões da Ferrari e dois restaurantes. O espaço recebe shows, como o do Coldplay no Ano-Novo, e workshops corporativos.

    O circuito é aberto duas vezes por semana para uso particular. É possível dirigir por 20 minutos por a partir de R$ 1.400. Um ingresso básico para assistir a uma corrida, cujo público chega a 60 mil pessoas, custa R$ 720.

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