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    Belo Horizonte interdita parque após suspeita de febre amarela em macaco

    DA AGÊNCIA BRASIL
    DE SÃO PAULO
    DE BELO HORIZONTE

    14/02/2017 10h40 - Atualizado às 18h57

    O parque Jacques Cousteau foi interditado nesta segunda-feira (13) após a morte de um macaco com suspeita de febre amarela, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte. Esse é o terceiro macaco encontrado morto na capital mineira. Um deles teve diagnóstico positivo para febre amarela.

    A Secretaria Municipal de Saúde informou que foram coletadas amostras de material biológico do animal para analisar se tinha febre amarela e enviadas para Fundação Oswaldo Cruz.

    O parque fica no bairro Betânica e, segundo a administração municipal, foram realizadas ações de zoonose no seu entorno para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, que pode transmitir a doença em áreas urbanas.

    A secretaria de Saúde mineira diz ainda que 65 municípios já confirmaram mortes de macacos por febre amarela e outros 27 analisam óbitos suspeitos. Além disso, 96 municípios investigam rumores de morte de macacos.

    Raquel Cunha-24.mai.2016/Folhapress
    De acordo com a secretaria de Saúde mineira, 65 cidades já confirmaram mortes de macacos por febre amarela
    65 cidades já confirmaram mortes de macacos por febre amarela, segundo secretaria de Saúde mineira

    Diante do surgimento dos primatas mortos, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte vai reforçar a vacinação contra a febre amarela na capital. Será instalado um posto extra para atender à população na região oeste da cidade.

    Novos postos para a imunização também serão criados nas regiões de Barreiro, Pampulha, Venda Nova e UFMG (para funcionários e alunos). No entanto, o funcionamento dos novos postos deve ficar só para semana que vem, segundo a secretaria. As medidas pretendem reduzir a sobrecarga nos 150 centros de saúde da capital mineira.

    Nesta terça (14), a prefeitura começou a instalar telas com inseticidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Venda Nova. Apenas parte do térreo da unidade recebeu as telas e a previsão é que o trabalho termine em uma semana. A partir daí, as demais UPAs da capital também terão telas instaladas.

    Transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, a febre amarela silvestre é considerada endêmica no país em áreas de mata. A morte de primatas, assim, serve de alerta para identificar locais onde está ocorrendo a circulação do vírus e o risco de casos em humanos.

    OUTROS CASOS

    Boletim da Secretaria de Saúde de Minas Gerais divulgado nesta segunda (13) mostra que o número de mortes suspeitas da doença notificadas já chega a 169 no Estado. Dessas, 69 foram confirmadas. Ao todo, 39 cidades mineiras têm casos confirmados de febre amarela e em 75 há pacientes com suspeita.

    Todos os casos confirmados até o momento são considerados de transmissão silvestre, ou seja, transmitido pelo mosquito Haemagogus. Embora o Aedes aegypti possa atuar como vetor do vírus da febre amarela em cidades, não há evidências de que isto tenha ocorrido no atual surto. O último registro de transmissão urbana da doença no Brasil, diz Ministério da Saúde, é de 1942.

    Febre

    LIVRE DE FEBRE AMARELA

    Rodeada por alguns dos principais municípios afetados pelo surto de febre amarela, a pequena cidade de Franciscópolis, no interior de Minas, tem chamado atenção por não ter, até agora, um só registro suspeito da doença.

    Com 5.700 habitantes, a maioria na zona rural, o município é hoje como uma "ilha" cercada por municípios atingidos, caso de Malacacheta, Poté, Itambacuri e Água Boa. Também é próximo de outros afetados, como Ladainha, que lidera em número de casos e mortes confirmadas da doença no país.

    "Estamos no meio do fogo cruzado, mas não tivemos nenhum caso até agora", diz o secretário municipal de Saúde, Alexandro Gonçalves. Também não houve registro de pacientes do local atendidos em outras cidades. Parte da explicação para essa ausência de casos pode estar em ações adotadas meses antes pela enfermeira e coordenadora de Vigilância em Saúde, Kênia Moreira.

    Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica de Minas Gerais, Deise dos Santos, Franciscópolis foi o único município do Estado a informar a ocorrência de epizootias (morte de macacos) no 2º semestre de 2016.

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