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    Rio deposita R$ 920 milhões em salários de policiais e professores

    NICOLA PAMPLONA
    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    14/02/2017 16h37

    Em meio a protestos de mulheres de policiais, a Secretaria de Fazenda do Rio informou que deposita nesta terça (14) os salários dos servidores da Segurança Pública, já com o reajuste de até 10,22% prometido em 2014.

    Serão pagos também os salários dos servidores da Educação. Ao todo, o governo pagará nesta terça R$ 920 milhões em salários.

    O valor corresponde aos vencimentos do mês de janeiro. Na área de Segurança Pública, receberão os servidores da ativa, aposentados e pensionistas. Na Educação, apenas os da ativa.

    As duas áreas têm sido priorizadas no calendário de pagamentos do estado do Rio. De acordo com a Secretaria de Fazenda, ainda não há previsão de depósito para os outros servidores, que vem recebendo os salários em parcelas.

    O pagamento aos policiais não inclui valores atrasados, como 13º salário, bonificações e horas extras, principal pauta das mulheres que desde sexta (10) vêm realizando bloqueios nas portas dos batalhões, em um protesto semelhante ao realizado no Espírito Santo.

    PROTESTOS

    O depósito, já previsto desde o início do mês, coincidiu com a desmobilização em parte dos protestos de familiares de policiais militares nas portas de quarteis.

    A mobilização começou na sexta-feira (10) e no primeiro final de semana chegou a 27 dos 39 batalhões de PM no Estado. Houve protestos de mulheres de policiais na capital e no interior.

    Segundo a reportagem apurou, ao menos quatro batalhões encerraram os protestos: 3º (Méier), 6º (Tijuca), 16º (Olaria) e 18º (Jacarepaguá).

    A mobilização cresceu no sábado e domingo, mas a despeito do apoio de soldados, não encontrou adesão do oficialato. Essa foi uma das diferenças do ocorrido no Espírito Santo, onde parte dos oficiais da corporação deu respaldo ao movimento.

    A PM do Rio garantiu não haver problema de policiamento em razão do movimento de mulheres, que impediam a saída de equipes de plantão e carros policiais.

    A polícia admitiu na segunda-feira (13) pela primeira vez prejuízo ao policiamento em função das mobilizações. Parte do efetivo de segurança do clássico Flamengo e Botafogo, no Engenhão, domingo (12), não conseguiu deixar os quarteis. Uma briga entre torcidas organizadas terminou com um torcedor do Botafogo morto a tiros na porta do estádio e outras oito pessoas feridas.

    Marcello Dias/Futura Press/Folhapress
    Briga das torcidas de Botafogo e Flamengo antes de partida no Engenhão
    Briga das torcidas de Botafogo e Flamengo antes de partida no Engenhão

    Nesta terça-feira, havia preocupação com relação ao policiamento empregado no protesto marcado para a frente da Assembleia Legislativa do Rio, onde seria votada a venda da Cedae, a companhia de águas e esgoto do Estado.

    Como o Batalhão de Choque estava ocupado, havia a expectativa de que protestos violentos pudessem sair do controle. Desde de novembro que servidores do Estado com salários atrasados mantém uma agenda de protestos semanais na porta do parlamento estadual. Os protestos tem sido violentos de ambas as partes, polícia e servidores.

    Os servidores estão organizados em um movimento unificado, que rejeita a venda da Cedae e outros pontos do plano de recuperação fiscal firmado entre governo do Estado e União. Entre as medidas está o aumento da contribuição previdenciária dos servidores, que convivem com atraso de salários desde 2015.

    O movimento tem entre integrantes agentes da polícia militar, polícia civil e bombeiros. Por esse motivo, o governo do Estado solicitou ao governo federal o envio de tropas da Força Nacional ao Rio.

    A possível paralisação da PM suscitou também o envio de homens do exército para atuar no patrulhamento do Rio. Segundo o ministro Raul Jungman (Defesa), 9 mil homens serão empregados na segurança pública do Rio e de cidades vizinhas, até o próximo dia 22.

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