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    Olinda prevê bonecos de Lava Jato e Trump, mas deixa Temer em museu

    KLEBER NUNES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RECIFE

    16/02/2017 02h00

    Jr Manolo /Fotoarena/Folhapress
    Bonecos de Dilma e Michel Temer, que não vão desfilar em Olinda, ao lado do de Trump
    Bonecos de Dilma e Michel Temer, que não vão desfilar em Olinda, ao lado do boneco de Trump

    Novidade do Carnaval pernambucano, o boneco gigante do presidente Michel Temer (PMDB) será o único dos 28 criados para a folia deste ano que não sairá às ruas. A decisão de manter a alegoria enclausurada no museu dedicado às peças, no Recife Antigo, é para evitar manifestações durante os desfiles.

    Por outro lado, é grande a expectativa para a estreia dos procuradores federais Deltan Dallagnol e Carlos dos Santos Lima. Ambos ficaram famosos pelas ações da Operação Lava Jato, ganharam uma versão de 2,20 m e vão se juntar aos bonecos do juiz Sérgio Moro e do agente da Polícia Federal Newton Ishii, o "japonês da Federal".

    "Nos desfiles participam muitas famílias com crianças. Queremos evitar que oportunistas façam da festa um momento de manifestação, por isso o presidente não estará nas ruas", afirmou o produtor cultural e idealizador dos bonecos, Leandro Castro.

    Em 2014 e 2015, o boneco gigante que homenageia a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi vaiado por parte dos foliões. Desde então, a alegoria permanece entre os 63 bonecos do acervo da Embaixada de Pernambuco - Bonecos Gigantes de Olinda.

    "Todos ficaram muito lisonjeados quando pedi autorização para fazer os bonecos. Mas infelizmente o momento atual exige cautela e não queremos transformar uma homenagem em um ato desrespeitoso com nenhuma personalidade", disse Castro.

    O presidente dos EUA, Donald Trump, vai estrear nas ladeiras de Olinda e nas ruas do Recife Antigo. Ao lado dele estarão novos bonecos, como da Estátua da Liberdade, de Jimi Hendrix, de Wesley Safadão e do técnico da seleção brasileira de futebol, Tite.

    "Busco homenagear pessoas que são relevantes na cultura local, nacional e estrangeira também", afirmou Castro. O acervo com cerca de 360 bonecos inclui ainda atores, jornalistas, poetas e personagens da TV e do cinema.

    NOVA GERAÇÃO

    O trabalho de Castro, que completa dez anos, marca a nova geração de bonecos gigantes de Pernambuco. Com uma técnica de molde em argila e confecção em fibra de vidro, o produtor cultural trouxe mais realismo às expressões e ao figurino das alegorias, que chegam a atingir 3,90 m de altura.

    Desde a confecção do primeiro boneco gigante, o Zé Pereira, em 1919, no município de Belém do São Francisco, sertão do Estado, até recentemente, a técnica era baseada no uso do papel machê e isopor. "Hoje os bonecos não pesam mais de 20 quilos, metade do que pesavam os de antigamente", diz Castro.

    Cada alegoria é manipulada, em geral, por dois homens chamados de "bonequeiros", que se revezam nos desfiles.

    A apoteose com 80 bonecos gigantes será na segunda-feira de Carnaval (27), às 8h, no Alto da Sé, em Olinda. Na terça (28), 50 alegorias fazem o desfile nas ruas do Recife Antigo, a partir das 18h.

    Durante todo o ano, é possível apreciar e conhecer a história dos bonecos e do Carnaval do Estado. A Embaixada de Pernambuco - Bonecos Gigantes funciona todos os dias, das 8h às 17h, no Recife Antigo. A entrada custa R$ 10.

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