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    Duas semanas depois, Metrô de SP tem novo descarrilamento de trem

    DO "AGORA"
    DE SÃO PAULO

    21/02/2017 06h42 - Atualizado às 00h14

    Reprodução/Twitter/@UsuariosMetroSP
    Estação Adolfo Pinheiros amanhece fechou após descarrilamento de trem na linha 5-lilás
    Estação Adolfo Pinheiros amanhece fechada após descarrilamento de trem na linha 5-lilás

    Duas semanas depois de um descarrilamento na linha 3-vermelha, o Metrô paulista teve o mesmo problema, agora, na linha 5-lilás (Capão Redondo e Adolfo Pinheiro).

    O acidente aconteceu às 4h55 desta terça-feira (21), quando a composição saía da estação Adolfo Pinheiro, no sentido Capão Redondo. O sexto e último carro da composição, que tinha poucos passageiros, saiu dos trilhos. A estação Adolfo Pinheiro ficou fechada até as 13h51, para a remoção do trem, e o Metrô pediu ajuda do serviço de ônibus emergencial, o Paese.

    Passageiros relataram ter ouvido "trancos" e "barulhos" nos últimos dias, quando passavam pelo mesmo trecho. Por dia, cerca de 260 mil usuários usam a linha, que faz conexão com a linha 9-esmeralda da CPTM.

    Segundo o Sindicato dos Metroviários, houve uma falha no equipamento que faz os vagões trocarem de trilhos. A composição atingiu uma plataforma fora da área de embarque, a qual os passageiros não têm acesso. "Atingiu a lateral e quebrou o equipamento. Parte do trilho também foi danificada. Isso é resultado da redução de investimentos", disse o sindicalista Tarcísio Soares.

    Na ocorrência da linha 3-vermelha, no dia 7, houve superaquecimento dos rolamentos do trem. Na ocasião, parte da linha fechou, só reabrindo no dia seguinte.

    O analista financeiro Iory Soares, 24, usa a linha todos os dias e já temia um descarrilamento. "Nos últimos dias, sempre sentia um tranco no trecho onde aconteceu o problema", disse.

    Seu colega de trabalho Hugo Soares Marques, 34, relatou o mesmo. "Sempre ouço um barulho quando o trem começa a chegar à Adolfo Pinheiro. O vagão também costuma parar antes da plataforma e tem que manobrar para ficar alinhado."

    TRENS PARADOS

    A linha 5-lilás está com o cronograma atrasado e tem 26 composições novas, diferentes da que descarrilou, paradas em pátios da companhia. Os carros custaram R$ 615 milhões e até agora não foram usados.

    Eles têm o sistema CBTC, que permite que mais trens circulem ao mesmo tempo em uma linha, mas a 5-lilás ainda não opera totalmente com ele.

    As composições já foram pichadas por vândalos duas vezes e serão usadas na extensão da linha 5-lilás até a Chácara Klabin, da linha 2-verde, e até a estação Santa Cruz, da linha 1-azul.

    Houve uma série de atrasos na expansão da linha 5-lilás, que prevê dez novas estações. Inicialmente, a previsão era de que ela funcionaria integralmente, com trens novos, em 2015.

    Agora, a previsão da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) é concluir o ramal até 2018. A nova promessa é que três estações sejam entregues neste ano.

    Nos últimos dois anos, o Metrô reduziu em quase 60% os gastos com manutenção de trens, linhas e estações. A linha 5-lilás foi a que sofreu o corte mais drástico, passando de R$ 6 milhões para R$ 1,3 milhão em 2015 e R$ 844 mil no ano passado (perda de 86% da verba).

    As informações constam nos balanços orçamentários da companhia. Em 2014, foram desembolsados R$ 409 milhões nas linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 5-lilás. Em 2016, os investimentos foram de R$ 169 milhões.

    Para os metroviários, a falta de investimento é um dos fatores responsáveis pelos descarrilamentos recentes na rede e outras panes no sistema. A linha 4-amarela é operada pela ViaQuatro, da iniciativa privada.

    OUTRO LADO

    O Metrô, empresa do governo Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a causa do descarrilamento na linha 5 "será determinada após a investigação" e que, antes disso, "qualquer conclusão é precipitada e irresponsável".

    Sobre os 26 trens parados, o Metrô disse que o sistema passa por testes e, assim que eles forem concluídos, as novas composições poderão circular.

    Em nota, a companhia também negou a redução de investimentos nas linhas, disse que as tarifas bancam a manutenção e que os dois descarrilamentos, de ontem e do dia 7, não têm relação com o orçamento.

    A SPTrans (empresa responsável pelo transporte público municipal) informou que cinco ônibus articulados foram disponibilizados desde as 5h20 para fazer o trajeto entre a Adolfo Pinheiros e o Largo 13.

    Usuários Metrô de SP

    OUTROS DESCARILAMENTOS

    O último descarrilamento registrado no metrô de São Paulo foi no dia 7 de fevereiro entre as estações Arthur Alvim e Corinthians-Itaquera, da linha 3-vermelha. O descarrilamento aconteceu por volta das 15h e fez com que os passageiros desembarcassem nas passarelas de emergência para retornar às plataformas. Uma mulher ficou ferida levemente no pulso.

    Em agosto de 2013, um trem descarrilou perto da estação Palmeiras-Barra Funda, na zona este da cidade. O trem envolvido no acidente era da da frota K, a mesma do acidente desta terça. São composições com mais de 30 anos e que passaram por reformas de modernização para continuar circulando

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