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    Ex-goleiro Bruno deixa prisão em MG após autorização do Supremo

    CAROLINA LINHARES
    DE BELO HORIZONTE
    LETICIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    24/02/2017 19h41 - Atualizado às 22h34

    Flavio Tavares/Jornal Hoje em Dia/Folhapress
    MG/SANTA LUZIA/24-02-2017/MINAS/CASO BRUNO/GOLEIRO BRUNO FERNANDES DEIXA A APAC DE SANTA LUZIA, REGIAO METROPOLITANA DE BH, APOS CONSEGUIR HABEAS CORPUS EXPEDIDO PELO MINISTRO DO STF MARCO AURELIO MELLO. FOTO: FLAVIO TAVARES/JORNAL HOJE EM DIA *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    Bruno (centro) deixa a prisão em Minas Gerais nesta sexta, com a mulher Ingrid e o advogado Lúcio

    O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza, 32, condenado por assassinar em 2010 a amante Eliza Samudio, foi solto na noite desta sexta-feira (24) após um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).

    Ele estava preso na Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

    Embora tivesse sido condenado em primeira instância em 2013, ainda aguardava, quase quatro anos depois, a análise de recurso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

    O ministro Marco Aurélio argumentou que Bruno não poderia seguir encarcerado com base em prisão preventiva –sem julgamento da apelação em segunda instância. Por isso, decidiu que ele poderia recorrer em liberdade.

    "A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato", disse Marco Aurélio, ressaltando que a detenção de Bruno continuava sendo de natureza provisória.

    O TJ-MG foi questionado pela Folha, mas não respondeu sobre as razões para a demora na análise do caso.

    PRESSÃO

    O ex-goleiro deixou a prisão às 19h35, acompanhado de sua mulher, Ingrid Calheiros, e dos advogados Lúcio Adolfo e Luan Veloso. Ele não quis falar com a imprensa.

    Após deixar a prisão, Bruno foi para uma casa no bairro Concórdia, na região Nordeste de Belo Horizonte.

    Carolina Linhares/Folhapress
    Ingrid Calheiros, mulher de Bruno, ao chegar nesta sexta (24) à Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), onde o ex-goleiro estava preso em caráter preventivo
    Ingrid Calheiros, mulher de Bruno, chega à Apac nesta sexta

    Bruno e seu amigo e braço direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foram condenados, em 2013, a 22 anos e 15 anos de prisão, respectivamente, pela morte e ocultação do cadáver de Samudio.

    O ministro do STF, em sua decisão, disse que Bruno não poderia ficar preso por causa da pressão da sociedade.

    "O clamor social surge como elemento neutro, insuficiente a respaldar a preventiva. Por fim, colocou-se em segundo plano o fato de o paciente ser primário e possuir bons antecedentes", escreveu Marco Aurélio.

    O pedido de revogar a preventiva chegou ao STF depois de ser negado por TJ e STJ. A apelação, porém, seguia parada na segunda instância.

    O advogado Lúcio Adolfo disse que Bruno se emocionou ao saber da decisão de soltura. Ele encontraria outros familiares além da mulher, a dentista Ingrid Calheiros, com quem se casou em 2016, em cerimônia na Apac.

    Segundo Adolfo, o jogador recebeu propostas de quatro clubes do Brasil (incluindo Minas, São Paulo, Rio) e uma do exterior. O advogado não quis dar detalhes de quais.

    "Tem time que quer o Bruno já disputando o campeonato estadual", afirmou. "A prisão chama provisória, mas a cada dia ele perde forma física, que é o trabalho dele. É uma prisão definitiva", disse.

    À época do crime, em 2010, Bruno era goleiro do Flamengo. Ele afirmou que a amante dizia que estava grávida dele e tentava extorqui-lo. Eliza Samudio foi morta aos 25 anos. Segundo a Promotoria, a modelo foi assassinada por cobrar pensão para o filho que teve com o goleiro.

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