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    Alalaô

    Primeiro dia de desfiles no Rio tem acidente com carro e óleo na pista

    LUIZA FRANCO
    MARCO AURÉLIO CANÔNICO
    DO RIO

    27/02/2017 06h47

    Tradicionais favoritas dos últimos anos, Beija-Flor e Salgueiro destacaram-se numa primeira noite de desfiles bonitos, mas que não incendiaram a Marquês de Sapucaí, no Rio.

    O domingo (26) também ficou marcado por um grave acidente que deixou 20 feridos, oito deles transferidos para hospitais —destes, três mulheres haviam se machucado gravemente. O último carro da Paraíso do Tuiuti, primeira escola a desfilar, perdeu a direção no setor 1 da avenida, atropelando pessoas que estavam dos dois lados da pista.

    Mesmo antes do acidente, a escola de São Cristóvão, que subiu no ano passado e fez sua segunda participação no grupo especial, já apresentara problemas que devem lhe custar a permanência na elite —sua comissão de frente, por exemplo, teve falhas em frente à primeira cabine dos jurados.

    O acidente atrasou e tirou parte do impacto do desfile da Grande Rio, que entrou na sequência com o enredo mais pop deste ano, uma homenagem à cantora Ivete Sangalo.

    A baiana mostrou uma interação com a escola como poucos homenageados: abriu o desfile se apresentando na comissão de frente e dançando a coreografia com grande empolgação. Ao chegar ao fim da avenida, retornou para a concentração e desfilou novamente, desta vez no último carro da escola, ao lado do marido e do filho.

    Ivete foi a campeã dos flashes do público, e seu desfile cheio de convidados igualmente populares, como as apresentadoras Xuxa Meneghel e Luciana Gimenez, foi festejado pelas arquibancadas, mas sem arrebatamento ou gritos de "é campeã" —estes, apenas a Beija-Flor ouviu, e mesmo assim timidamente.

    A escola provocou atraso no seu e nos desfiles seguintes ao se recusar a entrar na avenida. A presidente da escola disse que havia óleo na pista, que teria vazado do carro acidentado da Paraíso de Tuiuti.
    A escola de Nilópolis acabou saindo mais de uma hora depois do horário previsto.

    No entanto, agradou à sua torcida fiel, que cantou o samba com empolgação.

    Neste ano, inovou ao desfilar sem alas. Entre as alegorias, os componentes usavam fantasias misturadas, não mais separados por grupos. O desfile contava a história de Iracema, personagem de José de Alencar.

    Outro destaque foi o samba melódico da Vila-Isabel, que neste ano falou sobre a influência negra na música das Américas.

    O carro que mais chamou a atenção foi o que retratava a música norte-americana, com componentes representando Tina Turner, Michael Jackson, Ray Charles e Stevie Wonder.

    No Salgueiro, Marcia e Renato Lage entregaram o desfile competente que sempre realizam.

    Didáticos, fizeram passar na avenida uma representação do poema "A Divina Comédia", de Dante Alighieri, que trazia as três partes história: inferno, purgatório e paraíso.

    A Imperatriz era muito aguardada. A escola despertou a ira do agronegócio por citar ameaças aos índios, como disputa por terras, desmatamento e a construção de Belo Monte.

    Trazia um carro em que a hidrelétrica era representada como um monstro e o samba descrevia as etnias que vivem à beira do rio como "filhos esquecidos do mundo".

    Um dos homenageados da escola foi o cacique Raoni, que desfilou num carro acompanhado de outros índios.

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