-
-
Cotidiano
Friday, 03-May-2024 06:00:05 -03José Carlos Lopes Legname (1953-2017)
Mortes: Engenheiro que se rendeu ao seu lado artístico
FERNANDA PEREIRA NEVES
DE SÃO PAULO28/02/2017 00h00
Era só ganhar um presente novo que Zé Carlos, ainda pequeno, desmontava tudo. Levava horas, às vezes dias, para juntar os pedaços novamente, mas ele conseguia.
O jeito curioso e o gosto por construções acabaram levando o menino à faculdade de engenharia. Formou-se e foi logo trabalhar na Telesp, onde ficou por mais de 20 anos.
Nas horas vagas, o alegre e risonho Zé Carlos se rendia a outra paixão: a música. Coisa dos pais, que incentivavam os filhos à arte desde pequenos. O pai advogado dava o exemplo cantando ópera e a mãe, pedagoga, desenhando.
Quando Zé Carlos deixava o capacete de obras, se equipava com a guitarra. Mantinha o Artium Studios no Cambuci, centro da capital paulista, e tocava numa banda. Tudo com a participação da família, sociedade com os irmãos, companhia do primo.
Foi só no final da década de 1990 que Zé Carlos deixou a Telesp e assumiu de vez o estúdio. Um centro cultural com gravação de músicas, aulas de pintura, fotografia e dança.
Com o hobby virando profissão, ele fez dos assuntos místicos um novo passatempo. Lia sobre óvnis, energia e poder da mente. Achava ser um meio de ajudar pessoas.
Era uma pessoa otimista, alegre, que rolava no chão em brincadeiras com as sobrinhas-netas, mesmo que já estivesse com mais de 60 anos. Mas também tinha um gênio forte e não se acanhava na hora de comprar uma brigar se achasse que estava certo.
Recentemente, viu agravar uma doença de pele, que acabou levando-o a morte no dia 16, aos 63 anos. Deixa o filho, o pai, duas irmãs, oito sobrinhos e duas sobrinhas-netas.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
-
Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.brPublicidade -