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    Alalaô

    Desfiles no Rio de Janeiro ficam marcados por acidentes com carros

    LUIZA FRANCO
    MARCO AURÉLIO CANÔNICO
    DO RIO

    28/02/2017 07h49 - Atualizado às 13h57

    Ao fim da segunda e última noite de desfiles do Grupo Especial, estava claro que este Carnaval foi marcado pela insegurança.

    Após um carro alegórico da Paraíso do Tuiuti ter atropelado e ferido 20 pessoas na noite de domingo (26), nesta segunda (27) foi um carro da Unidos da Tijuca que quebrou e feriu 10 integrantes –eles estavam em cima e despencaram na parte interna do veículo.

    Das seis escolas que passaram pela avenida nesta segunda (27), três tiveram problemas com seus carros.

    Além da Tijuca, a Mangueira, atual campeã, teve um incidente com seu segundo carro que deve lhe custar a chance de um bicampeonato do título. A alegoria, que representava a festa de São João no enredo sobre fé e religiosidade, parou no meio da avenida, abrindo um imenso buraco bem em frente à segunda cabine dos julgadores.

    O acidente foi uma mácula grave para uma escola que fez um dos desfiles mais bonitos deste Carnaval, amparada por alegorias bem acabadas, fantasias bonitas e criativas, e um bom samba-enredo, entoado com garra por sua comunidade.

    Com os problemas da Mangueira, o destaque maior da noite de segunda foi a Portela, tradicionalmente benquista pelo público e que fez um desfile sobre rios com alegorias criativas e pop, típicas do carnavalesco Paulo Barros.

    A Mocidade Independente também passou bem pela avenida, sem grandes incidentes. Seu desfile sobre Marrocos e as Mil e Uma Noites teve a comissão de frente mais aplaudida deste ano, com um Aladdin voando alto num drone em forma de tapete.

    A outra escola a ter problema com um carro na segunda noite de desfiles foi a União da Ilha. Seu último veículo teve dificuldades para entrar no sambódromo e, na pista, perdeu o alinhamento e se aproximou da grade da arquibancada.

    O transtorno trouxe buracos à evolução da escola que cantou sobre a mitologia da cultura do povo bantu.

    Ainda nesta segunda, a São Clemente fez um desfile pouco chamativo e pouco empolgante sobre a realeza francesa.

    ERROS E EQUILÍBRIO

    Somando-se ao bom desfile da Portela, as apresentações de Salgueiro e Beija-Flor no domingo as colocam como potenciais candidatas ao título deste ano –a tradição das escolas também pode jogar a seu favor.

    Mas os acidentes graves em ambos os dias, além de erros e problemas pontuais em praticamente todas as escolas, afetaram nitidamente o ambiente dos desfiles e devem se refletir nas notas dos julgadores.

    A disputa pelo rebaixamento deve ficar entre a Paraíso do Tuiuti e a Unidos da Tijuca, que tiveram os acidentes com vítimas. A primeira subiu no ano passado e deve perder pontos por causa da correria após o problema com seu carro.

    Apesar de o acidente da Tuiuti ter deixado mais feridos e com mais gravidade, o fato de ter se dado no último carro atrapalhou menos o desfile do que o incidente da Tijuca, que viu parte de seu segundo carro desabar e travar a entrada dos demais na avenida, enterrando a evolução e a apresentação de seu enredo.

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