Quando trabalhava como fiscal de impostos no Ministério da Fazenda, nos anos 1970, Dermeval Gonçalves mal podia imaginar que dali a alguns anos faria carreira na televisão brasileira e seria um dos responsáveis pela expansão da TV Record pelo país.

O ponto de virada foi quando conheceu Silvio Santos e foi convidado para fazer auditoria no Baú da Felicidade. A partir daí, deixou o setor público e trabalhou por anos fazendo consultorias na administração do SBT.

Até que conheceu Edir Macedo nos anos 1990 e foi trabalhar com ele na recém-adquirida TV Record, onde comandou um projeto de expansão pela compra de emissoras regionais em todo o país.

Foi vice-presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) e, como reconhecimento por seu trabalho, recebeu, em 2010, o título de "Pioneiro da televisão" pelo Museu da TV.

Em casa, Dermeval é lembrado como presente e carinhoso. Tinha o hábito de escrever cartas e fazer cartões para amigos, entre eles Silvio Santos. Todos os dias, consultava dez palavras novas no dicionário e se dedicava a aprender outros idiomas.

Costumava assistir a telejornais de pé, conta a nora Rosângela. "Um exercício para o corpo e a mente", diz.

Internado por problemas no rim, morreu na última sexta (3), aos 91, após uma parada cardíaca. Deixa a mulher, Adenyr, com quem era casado havia 65 anos, dois filhos, oito netos e três bisnetos.

Uma missa em sua homenagem acontece nesta quinta (9), às 19h30, no Santuário de N. Sra. da Salette, em Santana, na zona norte de SP.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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