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    Projeto de Doria para grafites pagará até R$ 40 mil e vetará ações políticas

    DE SÃO PAULO

    10/03/2017 19h42

    Zanone Fraissat - 14.jan.2017/Folhapress
    Prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), durante evento na avenida 23 de Maio
    O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), apaga grafites na av. 23 de maio

    O programa do prefeito João Doria (PSDB) para patrocinar grafites na capital paulista pagará até R$ 40 mil aos projetos selecionados, segundo anúncio feito nesta sexta-feira (10) pela prefeitura. Também ficou determinado que as obras não poderão ter cunho político.

    "A comissão dos grafiteiros, junto conosco, de maneira unânime, propôs que não serão permitidas manifestações de cunho político, religioso ou discriminatório", disse o secretário municipal de Cultura, André Sturm.

    O programa, batizado como MAR (Museu de Arte de Rua), já tinha sido anunciado, no final de janeiro, depois de o prefeito receber críticas de artistas urbanos e ser vaiado no evento no aniversário de São Paulo por pintar de cinza paredes com pichações e grafites.

    Ao todo, oito projetos serão selecionados por uma comissão. Quatro serão de grupos com, no mínimo, seis integrantes, que contarão com uma verba de R$ 40 mil, e outros quatro de, no mínimo, três artistas, receberão R$ 10 mil. Os valores serão para pagamento dos artistas, materiais, equipamentos, registro.

    A gestão de Fernando Haddad (PT) já havia pago cachê de R$ 2.000 a cada um dos 450 grafiteiros que pintaram murais na avenida 23 de Maio. A governo Doria, porém, mandou apagá-los no primeiro mês de sua gestão, justificando que as obras estavam pichadas.

    Pelo projeto atual, os artistas terão que indicar, nos projetos, o local onde pretendem fazer as pinturas, desde que seja uma área pública, na hora da inscrição, que começa na próxima segunda (13) e segue até 13 de abril.

    "A ideia é que a gente lute por mais liberdade, inclusive para não necessariamente precisar de autorização sempre para fazer [grafite], que a gente tenha liberdade para fazer as mensagens que a gente julga importante, mas acredito que isso talvez seja tomado aos poucos", disse o grafiteiro Mauro Neri, que chegou a ser preso neste ano quando tentava remover a tinta cinza sobre um de seus trabalhos no complexo Viário João Jorge Saad, na zona sul.

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