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    Metroviários confirmam paralisação em SP apesar de decisão da Justiça

    DE SÃO PAULO

    14/03/2017 19h03 - Atualizado às 21h51

    Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress
    Movimentação na Estação Paraíso do Metrô
    Movimentação na Estação Paraíso do Metrô

    Os metroviários confirmaram na noite desta terça-feira (14) a paralisação de 24 horas da categoria nesta quarta (15). A decisão acontece mesmo depois de a Justiça do Trabalho ordenar que a categoria continue a operar.

    Pela liminar (decisão provisória), os metroviários teriam de manter efetivo de 100% durante o horário de pico e 70% no resto do dia, sob risco de multa de R$ 100 mil para o Sindicato dos Metroviários em caso de descumprimento.

    Já o Metrô afirmou que os funcionários que não forem trabalhar terão descontos nos salários. Mesmo assim, a categoria afirma que vai parar totalmente durante todo o dia.

    Motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, professores estaduais e municipais, metalúrgicos e diversas outras categorias de trabalhadores paralisarão os serviços em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência Social propostas pelo governo federal.

    O Tribunal do Trabalho também determinou que os ônibus não poderão fazer greve nesta terça, em liminar pedida pela SPTrans (São Paulo Transportes), empresa municipal.

    O desembargador Fernando Alvaro Pinheiro, do Tribunal Regional do Trabalho, estabeleceu multa de R$ 300 mil em caso de descumprimento da ordem.

    Mais cedo, a Justiça já havia concedido liminar, pedida pela gestão João Doria (PSDB), para garantir que seja mantida a maioria da frota de ônibus na cidade nesta quarta.

    Os motoristas e cobradores devem parar da meia-noite às 8h.

    A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública, estabeleceu que o mínimo de 85% da frota operando em linhas que atendam hospitais e escolas e o mínimo de 70% da frota operando nas demais linhas. A multa estabelecida para caso de descumprimento é de R$ 5 milhões.

    A magistrada reconheceu o direito de greve, mas afirma que "vários direitos e liberdades individuais serão direta e profundamente afetados". Ela citou como exemplos estudantes, pessoas com problemas de saúde e trabalhadores.

    Um dos representantes do Sindicato dos Motoristas e Condutores de São Paulo, Edvaldo Santiago disse que soube da decisão, mas que ela não deve ser respeitada.

    "Não temos a mínima condição de atender [à determinação da Justiça]. É uma decisão de assembleia e não é só uma reivindicação dos condutores, mas do povo todo", disse Santiago.

    Apesar da paralisação dos ônibus e do metrô, os trens da CPTM continuarão a operar normalmente, segundo os sindicatos da categoria. Funcionários deverão participar apenas do ato previsto para às 16h no vão livro do Masp, na avenida Paulista.

    RODÍZIO

    O rodízio municipal de veículos em São Paulo será suspenso nesta quarta por conta das paralisações. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), as restrições de circulação para caminhões seguem valendo normalmente.

    Os corredores de ônibus estarão liberados para o tráfego de táxis, com ou sem passageiros, e ônibus fretados. Durante toda a manhã, até o meio-dia, carros também poderão circular nas faixas exclusivas para ônibus, segundo a CET. O estacionamento em vagas da Zona Azul está liberado gratuitamente.

    A CET informou em nota que a "medida tem como objetivo garantir a mobilidade do cidadão e valerá apenas para os carros".

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