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    Afetados, usuários do metrô de SP dizem que deveria 'parar tudo'

    DO UOL

    15/03/2017 09h46

    Fabricio Lobel/Folhapress
    Bastante gente na expectativa de abertura do metrô itaquera, embora os funcionários dentro da estação digam que isso não deve ocorrer
    Bastante gente na expectativa de abertura do metrô itaquera, embora os funcionários dentro da estação digam que isso não deve ocorrer

    A paralisação de metrô e trem em São Paulo pegou usuários de surpresa na manhã desta quarta-feira (15) na estação Itaquera (zona leste). O motivo foi o fechamento do acesso à CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na estação, uma das maiores da capital paulista.

    Na terça-feira (14), trabalhadores do sistema ferroviário haviam decidido manter o trabalho, ao contrário dos metroviários, que decidiram pela paralisação de 24 horas. O acesso à CPTM no local só foi liberado às 7h18.

    Segundo os movimentos que organizam o dia de paralisações, os atos são uma resposta à proposta de reforma da Previdência do governo do presidente Michel Temer (PMDB).

    Em Itaquera, a justificativa para o fechamento do acesso ao trem nas primeiras horas de funcionamento, dada por funcionários da companhia, é que haveria riscos à segurança com aglomerações geradas pelo fluxo trazido pela CPTM e não escoadas pelo metrô.

    A opção são as estações Dom Bosco, José Bonifácio ou Tatuapé –com micro-ônibus lotados fazendo o traslado de passageiros.

    Para a analista de sistemas Isabel Trajano, 47, que iria do Parque do Carmo à Paulista, apesar do prejuízo no transporte, "entendo o porquê da paralisação". "Não acho viável ter que contribuir 49 anos para poder me aposentar. Querem que eu apresente certidão de óbito para pleitear a aposentadoria?", ironizou.

    Para o conferente Erik Costa Santos, 24, que seguiria de Itaquera à Barra Funda, na zona oeste, "o trem parado cedo é que causou surpresa". "Porque se o governo quer tirar conquistas dos trabalhadores, sou a favor de que parem mesmo. Só acho então que tinha que parar tudo", opinou.

    Já a doméstica Silvana Moreno, 47, que seguiria de Cruz Sá para o Tatuapé, ambos na zona leste, o fechamento da CPTM, ainda que por algumas horas, foi "um transtorno e uma frustração".

    "Os micro-ônibus nos deixaram em Itaquera, sendo que a CPTM ainda estava fechada. Se é greve, é greve, não tem sentido um parar, o outro não, mas parar por um tempo e causar esse transtorno todo", disse.

    Para a dona de casa Vera Lúcia Santiago, 60, a paralisação do transporte impediu que fosse a uma consulta médica marcada havia seis meses com um cardiologista. Sem metrô, ela não conseguiu ir da Cidade Tiradentes, onde mora, para o agendamento no Incor, próximo à estação Clínicas.

    "Acho isso um absurdo. Operei em 2010, coloquei pontes de safena, e tinha essa consulta hoje. Para piorar, minha receita vence hoje e meu remédio está no fim", afirmou. Ela disse desconhecer tanto que nesta quarta haveria paralisações quanto a razão delas.

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