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    Rio de Janeiro

    Força-tarefa desmonta quadrilha de roubo de combustíveis da Petrobras

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    16/03/2017 17h06 - Atualizado às 18h54

    A polícia prendeu nesta quinta (16) cinco pessoas acusadas de participar de uma quadrilha especializada em furto de petróleo e combustíveis em dutos da Petrobras, atividade criminosa que teve grande crescimento em 2016 e está por trás de uma série de assassinatos na Baixada Fluminense, no Rio.

    Na quarta (15), outros oito já haviam sido presos, sete deles em flagrante enquanto praticavam o crime em Uberlândia (MG). Entre estes, havia dois policiais militares do Rio.

    As prisões são resultado da Operação Ouro Negro, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil.

    A força-tarefa estima que a quadrilha tenha desviado, apenas em 2016, cerca de 14 milhões de litros, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 33,4 milhões à Petrobras. Na operação, estourou uma refinaria clandestina Cosmópolis (SP).

    Foram expedidos 11 mandados de prisão nos estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais. Destes, seis foram cumpridos até a tarde desta quinta, segundo o Ministério Público.

    Renato Junior de Oliveira e Renato Tavares de Oliveira foram presos em São Paulo. Sularman de Oliveira, Jane Pereira e Carlos Alberto Ferreira foram presos no Rio. Os dois últimos são donos de postos de gasolina que compravam combustível roubado.

    Em Minas Gerais, a polícia prendeu Charles Ponciano ainda na quarta. Com ele, acabou prendendo em flagrante outras sete pessoas.

    Divulgação
    GAECO-MPRJ e PCERJ fazem operação contra desvio de combustível da Transpetro
    GAECO-MPRJ e PCERJ fazem operação contra desvio de combustível da Transpetro

    O Ministério Público diz que a quadrilha era comandada por Denilson da Silva Pessanha, conhecido também como Maninho ou Carioca e ex-vereador em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele e outros quatro acusados estão foragidos.

    A quadrilha se dividia em três grupos, cada um responsável por um estado e por determinada etapa das operações -alugar os terrenos para praticar os furtos, definir as rotas dos caminhões e equipes de perfuração dos dutos e instalar as "bicas" para a retirada dos combustíveis.

    De acordo com a denúncia, a quadrilha atuou entre junho de 2015 e março de 2017. Seus integrantes serão acusados de organização criminosa para a prática de furto qualificado de combustível e petróleo cru.

    Apenas no ano passado, o sistema da Petrobras identificou 73 ocorrências de furtos em sua malha de dutos. Em 2015, foram apenas 14 e no ano anterior, uma.

    Segundo a polícia, a disputa pelo controle da atividade tem gerado uma guerra entre milícias na Baixada Fluminense. Em 2016, três candidatos a vereador de Duque de Caxias foram assassinados, segundo a polícia, por envolvimento no crime.

    O furto é realizado geralmente em propriedades próximas às faixas de dutos da Petrobras. Para não despertar suspeitas, as operações costumam ser realizadas durante a noite: caminhões-tanque entram nas propriedades e são abastecidos com os combustíveis furtados por meio de mangueiras, deixando o local antes do início do dia.

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