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    Média de mortes no trânsito em São Paulo se mantém em fevereiro

    PAULO GOMES
    DE SÃO PAULO

    20/03/2017 20h26

    O mês de fevereiro teve 74 mortes no trânsito paulistano, segundo dados divulgados pelo governo do Estado de São Paulo. No mesmo período em 2016, foram registrados 77 óbitos na malha viária da cidade.

    Segundo especialistas em trânsito, a queda em três mortes além de tímida não é representativa, por um motivo simples: 2016 foi um ano bissexto e, portanto, fevereiro teve um dia a mais.

    "Do ponto de vista estatístico é basicamente a mesma coisa", diz o consultor em engenharia de tráfego Sérgio Ejzenberg. Para Luiz Célio Bottura, também engenheiro e consultor em transporte, o ano foi "igual em todos os aspectos".

    Ambos concordam também que a cidade tem um bom índice de segurança no trânsito quando comparada ao restante do país. "São Paulo está com uma taxa próxima a 8 mortes por 100 mil habitantes, enquanto o Brasil tem 23, afirma Bottura.

    "Há uma tendência de diminuição (de mortes). São Paulo já é mais segura. Mas quando se tem 25 milhões de deslocamentos por dia, vai ter acidentes", diz Ejzenberg.

    MOTOS

    O número de acidentes fatais envolvendo motocicletas ou pedestres ainda é expressivo. Dentre as 74 mortes em fevereiro, 21 foram de motociclistas (28%). Apenas pedestres (39, ou 53%) superam esse valor. "A prefeitura se concentrou em minimizar acidentes somente nas marginais [com a mudança de velocidades]. O resto ficou como estava", diz Bottura.

    Desde que as marginais Tietê e Pinheiros tiveram os limites de velocidade elevados, no final de janeiro, três pessoas morreram nas vias –os três acidentes envolveram motos. Para Bottura, é necessária uma legislação que garanta mais segurança para os motociclistas.

    "A solução para a moto se perdeu há 20 anos quando vínhamos negociando que ela deveria circular na faixa normal, como um automóvel. Mas houve uma pressão muito grande das fabricantes e de motoboys para que se permitisse a circulação no entrefaixas", afirma.

    Para atenuar o número de acidentes fatais, ele sugere que a fiscalização desse tipo de veículo seja mais rigorosa. "Tem que ser feita uma inspeção veicular de segurança em que só circularia o veículo que estivesse com as condições aprovadas. Isso beneficiaria inclusive os pedestres."

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