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    Corregedoria apura torturas de PMs a dependentes químicos em SP

    LUÍS ADORNO
    WILLIAM CARDOSO
    DO "AGORA"

    22/03/2017 14h10

    Reproducao/TV Globo
    Auxiliar mostra queimadura que teria sido causada por policiais com ferro de passar roupa

    A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo investiga uma denúncia, feita à Ouvidoria das Polícias por um soldado, de que comandantes que atuam na região de Botucatu e Laranjal Paulista (238 km e 159 km de São Paulo) teriam ordenado uma "guerra às drogas", mandando seus subordinados torturarem e matarem dependentes químicos.

    A denúncia foi recebida pelo ouvidor Júlio César Neves na última sexta-feira (17) e foi encaminhada ao delegado diretor da área, ao Ministério Público e à Corregedoria da PM.

    Os órgãos já investigam o caso. De acordo com denúncia apresentada, o soldado dá exemplos de tortura e homicídios praticados por policiais a mando de um coronel e um major da Polícia Militar.

    Em 8 de março, uma pessoa não identificada foi morta em um suposto tiroteio com PMs em Laranjal Paulista. Um posto de gasolina foi roubado e a polícia acionada. Em uma rua de terra, o homem, que portava um objeto suspeito na mão, teria sido morto após trocar tiros com os policiais, segundo os soldados.

    O objeto suspeito era um colete à prova de balas de uma empresa de segurança privada. O rapaz levava consigo cocaína. O PM que fez a denúncia diz que os policiais executaram o rapaz por ordem dos comandantes.

    Já em 15 de março, um auxiliar de serviços gerais afirma ter sido agredido e queimado com ferro de passar roupa por agentes que invadiram sua casa, em Botucatu, à procura de traficantes.

    O rapaz teve queimaduras nas coxas e no ombro esquerdo. Novamente, de acordo com o policial que fez a denúncia, a prática foi a mando dos comandantes.

    Neves recebeu as informações com preocupação. "Tortura não existe nem na guerra. A PM existe para proteger, não para praticar crimes."

    INVESTIGAÇÃO

    A SSP (Secretaria da Segurança Pública, sob gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), afirma que a Corregedoria da PM vai instaurar inquérito assim que o ofício da Ouvidoria chegar, mas que já tem ciência do caso. A Polícia Civil também vai apurar as denúncias.

    Os casos de tortura e morte denunciados pelo soldado em Botucatu e Laranjal Paulista já estão sendo investigados, por meio de inquérito instaurado pela Polícia Civil, dia a pasta.

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