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Eliana Kertész, na abertura da exposição "As Mulheres do Brasil", com a ex-presidente Dilma Rousseff |
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Cotidiano
Saturday, 04-May-2024 05:18:46 -03Maria Eliana Pires Mascarenhas Kertész (1945-2017)
Mortes: Da Câmara de Salvador às gordinhas de Ondina
THIAGO AMÂNCIO
DE SÃO PAULO01/04/2017 00h00
Ganhou o país quando Eliana Kertész perdeu a eleição para deputada estadual na Bahia em 1990. Foi após a derrota e a separação do marido, mais ou menos na mesma época, que ela começou a fazer suas famosas "gordinhas", esculturas que ganhariam as avenidas de Salvador e exposições ao redor do mundo.
Entrou para a política depois que conheceu o marido, Mário Kertész. Nomeado prefeito por Antônio Carlos Magalhães em 1979, no fim do mandato Mário rompeu com o governador e resolveu, como reação, lançar a mulher à Câmara Municipal, em 1982, que elegeu-se a vereadora mais votada naquele pleito.
Daí foi secretária de Educação de Salvador e coordenadora de turismo da Bahia.
Com a frustração da derrota em 1990, resolveu experimentar a cerâmica e nunca mais parou de esculpir mulheres em formatos exagerados, pelas quais ficou conhecida depois que três delas foram instaladas próximo à orla de Salvador e apelidadas de "gordinhas de Ondina".
Expôs suas obras pelo país (na abertura de uma das mostras estava a ex-presidente Dilma Rousseff), além dos Estados Unidos e Europa.
As peças são uma reação aos padrões estéticos impostos sobre o corpo das mulheres e uma forma de retratar a si própria, também exagerada, conta o filho Chico: "Era exagerada na comida, no afeto, na entrega às pessoas", diz.
Não resistiu a um câncer e morreu no último domingo (26), aos 71, deixando quatro filhos e oito netos.
Uma missa de sétimo dia acontece neste sábado (1º), às 10h, na Igreja de N. Sra. da Vitória, em Salvador.
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