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    Ignacio Hernán Salcedo (1944-2017)

    Mortes: Cientista renomado e vaqueiro do sertão

    THIAGO AMÂNCIO
    DE SÃO PAULO

    06/04/2017 00h00

    Insa/Divulgação
    Ignacio Hernán Salcedo (1944-2017)
    Ignacio Hernán Salcedo (1944-2017), no Instituto Nacional do Semiárido

    Quando Ignacio Hernán Salcedo teve o primeiro contato com o solo do Brasil, no mestrado e doutorado que fez nos Estados Unidos, jamais imaginou que, anos depois, seria fundamental para o desenvolvimento da pesquisa científica no Nordeste.

    Argentino, Salcedo deixou Buenos Aires, onde cursou agronomia, para estudar manipulação de solo em Michigan, e lá se interessou pela caatinga, vegetação típica do agreste e do sertão brasileiro, diz seu filho Diego.

    Por sua pesquisa, foi convidado para ser professor em universidades brasileiras e fixou-se no Recife em 1976, onde deu aulas na federal de Pernambuco e criou os filhos.

    Mas foi no Instituto Nacional do Semiárido que Ignacio se sentiu mais realizado, diz o filho. Dirigiu o órgão, vinculado ao governo federal, entre 2011 e 2015, época em que conseguiu fundos para pesquisas científicas sobre desenvolvimento sustentável, firmou parcerias internacionais e levou à Paraíba um escritório fixo da FAO (seção da ONU para agricultura e alimentação).

    Nunca abandonou as raízes portenhas (falou "portunhol" até o fim da vida), mas se integrou bem à cultura brasileira. Os amigos diziam que ele tinha "espírito de vaqueiro do sertão" –tratava da mesma maneira tanto pesquisadores renomados quanto pequenos agricultores sem estudo.

    Apaixonado por velejar, há cerca de 15 anos navegou, com um dos irmãos, da Flórida, nos EUA, até o Rio de Janeiro, com uma escala no Recife.

    Morreu na última segunda-feira (3), aos 72, por complicações de um câncer de pulmão. Deixa três filhos, a mulher, Vânia, e uma neta.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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