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    Alalaô

    Após erro em nota, Portela e Mocidade vão dividir o título do Carnaval do Rio

    LUIZA FRANCO
    DO RIO

    05/04/2017 22h42 - Atualizado às 19h02
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Em reunião a portas fechadas, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio) decidiu, na noite desta quarta-feira (5), que Portela e Mocidade Independente de Padre Miguel dividirão o título do Carnaval de 2017.

    A Portela foi declarada a vencedora na Quarta-feira de Cinzas, com 269,9 pontos dos 270 possíveis. A Mocidade ficou em segundo lugar por um décimo. Na sequência, aparecem Salgueiro (269,7) e Mangueira (269,6).

    Depois da apuração, no entanto, quando as justificativas para as notas dos jurados foram divulgadas, ficou claro que um deles havia cometido um erro –penalizara a Mocidade pela ausência de um destaque que não estava previsto.

    O erro aconteceu porque o jurado baseou sua nota em um roteiro desatualizado do desfile. No roteiro original, a Mocidade dizia que haveria um destaque no chão, mas na versão final, a escola não citava o destaque. O jurado tirou justamente um décimo da escola.

    A Liesa não explicou por que o jurado não tinha a versão atualizada do roteiro.

    Se o jurado não tivesse subtraído o décimo da nota da Mocidade, a escola teria empatado com a Portela. No desempate, teria vencido a Mocidade pois teve nota mais alta no quesito decisivo, comissão de frente.

    Apesar disso, ficou decidido na reunião desta quarta que as duas escolas dividirão o título. Das doze escolas do Grupo Especial, quatro se abstiveram de votar sobre a divisão do título –Tijuca, Imperatriz, Beija-Flor e Salgueiro– e uma, a Portela, votou contra. As outras se declararam a favor.

    O último campeonato da Mocidade foi em 1996 e o da Portela, em 1984. A última vez que duas escolas dividiram o título do Carnaval do Rio foi em 1998, quando Mangueira e Beija-Flor foram campeãs.

    O desfile da Mocidade, sobre o Marrocos e as Mil e Uma Noites, teve a comissão de frente mais aplaudida do Carnaval, com um Aladdin voando alto num drone em forma de tapete.

    IMPREVISTOS

    O Carnaval do Rio teve uma série de imprevistas neste ano, o que levou a Liesa a determinar nenhum rebaixamento. Segundo a própria Liga, os acidentes com carros alegóricos da Paraíso do Tuiuti e Unidos da Tijuca ficaram marcados como os piores nos últimos 33 anos da avenida.

    O carro da Tuiuti perdeu o controle e atropelou ao menos 20 pessoas no domingo (26). Duas mulheres permanecem internadas. O estado de saúde delas é estável. Elisabeth Jofre está no Hospital Municipal Souza Aguiar e a fotógrafa Lúcia Mello está no Hospital Municipal Miguel Couto.

    Já no desfile da Unidos da Tijuca, uma parte do carro alegórico despencou e integrantes da escola chegaram a sofrer uma queda de seis metros, na segunda (27).

    Somados, os dois acidentes feriram 32 pessoas. Muito criticada por não ter interrompido os desfiles no momento do acidente, o que teria prejudicado o trabalho de socorro aos feridos, a Liga recebeu vaias no Sambódromo, quando o presidente Jorge Castanheira anunciou a medida.

    Gritos de "vergonha" foram ouvidos nas arquibancadas, onde o público costuma acompanhar a apuração. A falta de punição é vista por críticos como uma forma de beneficiar escolas que foram imprudentes com as questões de segurança. "Foi uma fatalidade, mas quem errou tem que pagar", disse Neguinho da Beija-Flor.

    A Polícia Civil do Rio abriu dois inquéritos para apurar os acidentes com as escolas. Já o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) prometeu criar um sistema de certificação e fiscalização dos carros alegóricos. Essa regulação passaria a valer no Carnaval de 2018.

    Classificação final do Grupo Especial do Rio -

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