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    Em 24 horas, SP tem maior volume de chuva em um mês de abril desde 1943

    DE SÃO PAULO

    07/04/2017 09h18 - Atualizado às 18h46

    Joel Silva/Folhapress
    Pontos de alagamentos na ponte da Casa Verde, marginal Tietê
    Pontos de alagamentos na ponte da Casa Verde, marginal Tietê

    A chuva que atingiu a cidade de São Paulo entre quinta (6) e sexta-feira (7) corresponde ao maior volume registrado em um período de 24 horas no mês de abril desde 1943, quando os dados começaram a ser computados pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

    Das 9h de quinta (6) até as 9h sexta-feira (7), o instituto contabilizou 82,1 mm de chuva em sua estação, que fica no Mirante de Santana (zona norte). Incluindo as precipitações registradas até as 15h desta sexta, o total de chuva chega a 100,1 mm, superando a média histórica do mês, que é de 80,2 mm.

    Considerando todos os meses, a chuva iniciada na quinta-feira foi a mais volumosa em um período de 24 horas desde fevereiro de 2016, quando as precipitações acumularam 102 mm em um único dia. O recorde histórico apontado pelo Inmet é de dezembro de 1988, quando houve acúmulo de 151,8 mm de chuva em 24 horas.

    Mais cedo, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), que tem várias estações espalhadas pela capital paulista, também já tinha informado o recorde da chuva registrada entre quinta e sexta. Seus dados, porém, começaram a ser computados apenas em 1994.

    Pelos dados do CGE, em apenas 24 horas –da 0h de quinta à 0h de sexta– a cidade teve em média 53,4 mm de chuva, chegando a acumular nos primeiros sete dias de abril 72,8 mm. O índice é 14,2% maior que a média histórica de abril apontava pelo órgão, que é de 63,7 mm.

    Da 0h de quinta até a tarde desta sexta, a Freguesia do Ó era a região com maior volume de chuva, com 135,3 mm, segundo o CGE, seguido por Parelheiros (119,5 mm) e Jabaquara (109 mm).

    A chuva desses dois últimos dias foi provocada por uma frente fria, que aumentou as áreas de instabilidade em toda a região metropolitana de São Paulo. Segundo o CGE, ela já se distancia da costa, o que deve reduzir o volume de chuva nos próximos dias. As temperaturas podem ter uma leve queda no sábado (8).

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    CHUVA RECORDE

    > 100,1 mm
    Foi o volume médio de chuva registrado das 9h de quinta (6) às 15h de sexta (7) –24,8% mais que toda chuva esperado para o mês
    > 105,7 mm
    É o total de precipitação registrado nos primeiros sete dias do mês, o que supera em 14,2% a média histórica de abril, de 31,8 mm
    > 74 anos
    A precipitação registrada entre as 9h de quinta e a 9h de sexta corresponde ao maior volume diário de chuva em um mês de abril desde 1943*
    > Fev.2016
    Considerando todos os meses, a chuva dos dois últimos dias é a maior em um período de 24 horas desde fevereiro de 2016
    > Freguesia do Ó
    Foi o distrito com maior volume de chuva entre a 0h de quinta e às 13h de sexta, chegando a 135,3 mm, seguido por Parelheiros (119,5 mm) e Jabaquara (109 mm)
    > 8 cheias
    Foi o número de rios e córregos que transbordaram por conta da chuva, entre eles estão o rio Tietê e os córregos Aricanduva e Ipiranga

    *Ano de início das contagens do Inmet
    p(tagline). Fontes: Inmet e CGE

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    TRANSTORNOS

    A cidade de São Paulo registrou diversos problemas de alagamento e congestionamento na manhã desta sexta por conta das chuvas. Ao todo, oito córregos e rios transbordaram na cidade. São eles: os rios Tietê e Verde, o ribeirão Verde e os córregos do Oratório, Mandaqui, Perus, Aricanduva e Ipiranga.

    Na marginal Tietê, o avanço do rio interditou faixas perto da ponte da Fepasa, no sentido Ayrton Senna, e próximo à ponte das Bandeiras, no sentido Castello Branco. As longas filas acabaram prejudicando também o tráfego nas rodovias Anhanguera e dos Bandeirantes.

    O pico de lentidão, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ocorreu às 8h, quando a cidade registrava 133 km de congestionamento. Normalmente, a média para esse horário fica entre 42 km a 74 km. Os transtornos no trânsito foram acentuados por semáforos em manutenção ou com falta de energia elétrica.

    O rodízio de veículos não foi suspenso por conta da chuva, mas a CET informou, em nota, que "fará todo o esforço necessário para não aplicar multas relacionadas ao rodízio aos motoristas prejudicados [pelos alagamentos]". O motorista que receber a notificação de multa deverá entrar com recurso, explicando a razão.

    A companhia afirmou ainda que deslocou agentes para a região da marginal Tietê –considerada pela CET a mais crítica– para garantir maior orientação aos motoristas e fluidez no trânsito criando bloqueios e rotas alternativas. Ao todo, foram feitos 38 bloqueios.

    Na noite de quinta, a linha 10-turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) teve a circulação interrompida no trecho entre Rio Grande da Serra e Brás por conta de alagamentos. O problema persistiu na abertura das operações desta sexta, sendo normalizado apenas às 5h20.

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