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    Morador de SP reprova concessão de parque e se divide sobre privatizações

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    10/04/2017 02h00

    Bruno Poletti/Folhapress
    53% dos moradores desaprovam a proposta de conceder os parques municipais à iniciativa privada
    53% dos moradores desaprovam a proposta de conceder os parques municipais à iniciativa privada

    A maioria dos paulistanos é contra o plano do prefeito João Doria (PSDB) de conceder os parques municipais à iniciativa privada, mostra pesquisa feita pelo Datafolha.

    Segundo o levantamento, 53% dos moradores desaprovam a proposta, enquanto a concessão é bem-vinda para 42% dos entrevistados. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

    CONCESSÃO DOS PARQUES - Você é a favor ou contra a concessão dos parques municipais para empresas ou entidades privadas?

    O índice dos que desaprovam sobe para 67% entre os mais jovens, de 16 a 24 anos.

    O fato de o entrevistado ir ou não aos parques públicos altera pouco o resultado. Entre os frequentadores, 55% são contra e 41% favoráveis às concessões das unidades. Um indicativo para esse resultado é o fato de os frequentadores estarem satisfeitos.

    Costuma ir a parques? -

    Enquanto 53% avaliaram os locais como ótimos ou bons, 31% disseram que são regulares e 12% classificaram como ruins ou péssimos. O hábito de ir aos parques é mais comum entre os que tem até 35 anos, ganham entre cinco e dez salários mínimos e são mais instruídos.

    O parque Ibirapuera, um dos símbolos da cidade e que deve ser o primeiro a ser oferecido à iniciativa privada, é também um dos mais frequentados, segundo a mesma pesquisa Datafolha. Do total dos entrevistados, 59% disseram espontaneamente que vão ao local, principalmente os da zona sul.

    Avaliação dos parques públicos -

    O parque Villa Lobos, administrado pelo Estado, e o do Carmo, foram citados por 21% e 13% dos entrevistados, respectivamente. Doria afirma que vai conceder os 107 parques da capital.

    Bruno Poletti/Folhapres
    59% dos entrevistaram disseram espontaneamente que frequentam o Ibirapuera
    59% dos entrevistaram disseram espontaneamente que frequentam o Ibirapuera

    PRIVATIZAÇÕES

    Nas próximas semanas, o prefeito enviará à Câmara Municipal seu programa de desestatização. A expectativa é arrecadar ao menos R$ 7 bilhões com o plano, que alimentaria um fundo a ser usado em investimentos de saúde e educação.

    A concessão dos parques é apenas um dos itens do plano, que mira também a privatização do autódromo de Interlagos e do complexo do Anhembi, além de concessões de Bilhete Único, serviço funerário e estádio do Pacaembu, entre outros.

    O Datafolha indagou os paulistanos sobre algumas delas. O resultado é de divisão. Segundo a pesquisa, 48% se declararam ser favoráveis à privatização do autódromo de Interlagos, ante 44% de contrários à iniciativa. O resultado é de empate técnico.

    Os números oscilam pouco quando os moradores da cidade respondem sobre a privatização do Anhembi e a concessão do Pacaembu.

    DESESTATIZAÇÃO - Você é a favor ou contra ceder à iniciativa privada (em %)

    Em relação ao Anhembi, 47% são favoráveis à venda, enquanto 45% se posicionaram contrários a iniciativa. Sobre o estádio, 47% defendem a concessão, ante 46% de paulistanos contrários.

    CEMITÉRIOS

    Quando questionados sobre a privatização do serviço funerário, a maioria dos paulistanos é contra essa ideia. Apenas 39% são favoráveis à privatização dos 22 cemitérios e do crematório da capital. Os contrários são 53%.

    A intenção da prefeitura de vender os dados dos usuários do Bilhete Único também sofre resistência. Enquanto 77% dos entrevistados são contra, 18% está a favor.

    Fatores como renda e nível de instrução também revelam nuances da percepção dos paulistanos sobre o plano. De uma forma geral, pessoas do sexo masculino e com maior grau de instrução são as que mais apoiam o plano de privatização. O apoio à iniciativa de vender locais públicos também aumenta conforme sobe a renda familiar mensal dos entrevistados.

    As taxas de rejeição ao programa de privatização são mais altas entre os jovens.

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