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    Doria usará imagem de câmeras para multar motos nas marginais de SP

    ALENCAR IZIDORO
    ENVIADO ESPECIAL A SEUL

    15/04/2017 02h00

    Ernesto Rodrigues - 08.dez.16/Folhapress
    Motociclista trafega pela pista local da marginal Tietê, na zona norte de São Paulo
    Motociclista trafega pela pista local da marginal Tietê, na zona norte de São Paulo

    Diante da concentração de acidentes e mortes com motociclistas nas marginais Tietê e Pinheiros, a gestão João Doria (PSDB) decidiu que adotará uma forma de fiscalização inédita na cidade de São Paulo, por meio de videomonitoramento.

    Agentes de trânsito poderão multar as motos por direção perigosa sem a necessidade de estar nas vias para flagrar os infratores. Farão isso com base nas imagens das câmeras da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

    A ação já vem sendo adotada nos últimos anos nas rodovias estaduais de São Paulo, mas é inédita nas vias urbanas da capital paulista, segundo Sérgio Avelleda, secretário municipal de Transportes.

    Desde a elevação dos limites de velocidade nas marginais, saltando de 70 km/h para 90 km/h na pista expressa, já houve cinco mortes, todas de motociclistas. Além disso, oito em cada dez acidentes com vítimas nessas vias envolveram motos.

    "O que mais põe o motociclista em risco, além da velocidade, é o comportamento imprudente", diz Avelleda.

    OBSTÁCULO

    O principal obstáculo para fazer essa fiscalização é a tecnologia das atuais câmeras de monitoramento da CET. O secretário diz que elas têm baixa resolução e, por isso, requerem alguns ajustes.

    Embora tenha evitado fixar um prazo para a decisão sair do papel, Avelleda disse que a etapa inicial para viabilizar a medida "já está em ação".

    O tipo de videomonitoramento que a gestão Doria pretende usar para aplicar essas multas em motos é semelhante ao visto pelo prefeito nos últimos dias em Seul, com lente de aproximação das imagens nas vias.

    A iniciativa é planejada em meio à dificuldade histórica de fiscalizar motos nas marginais. Os radares fixos são considerados pouco efetivos –esses veículos passam entre os sensores e ainda escondem as placas para "fugir da foto".

    O uso de câmeras para multar nas estradas enfrentou polêmica inicial no Estado. Parte dos críticos questionava a falta de um flagrante presencial. O impasse foi encerrado com a aprovação de resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) dando aval a esse tipo de fiscalização. A lei exige, porém, que haja sinalização sobre essas multas por câmeras.

    VELOCIDADE

    Além dessa medida, a CET vem estudando outras alternativas para evitar as mortes de motociclistas nas marginais. Entre elas, a possibilidade de reduzir a velocidade máxima só para motos. Ou então, orientar que elas podem sofrer multa se circularem no corredor entre os carros. Ou ainda, reduzir os limites de velocidade para as motos só nesses corredores.

    Em recente entrevista à Folha, Doria disse que a prefeitura prepara campanha educativa para atacar esse problema. "A campanha tem que atender e orientar os dois [motociclistas e motoristas]. Os motociclistas a não terem a imprudência até em defesa da vida. Os motoristas, a também ampliarem o seu respeito na convivência mais harmoniosa nas vias de forma geral."

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