Era novembro de 2014 quando dona Yolanda, com seus 93 anos, foi homenageada pelo Corinthians, seu time do coração. Filha de Aristides, jogador do primeiro título do clube, ela entrou em campo com os jogadores e assistiu a uma partida na Tribuna de Honra da arena no centenário daquele campeonato.

Não importava quantas vezes ela repetisse essa história, seus olhos sempre brilhavam.

Torcedora antiga, ela contava do caminhão que passava pelo Bom Retiro para pegar o time, do revezamento que as mulheres de jogadores faziam para lavar os uniformes, mas se recusava a assistir aos jogos do clube. Dizia que ficava muito nervosa.

Contar histórias, fossem do Corinthians ou de sua vida, era uma paixão para essa paulistana, que sempre viveu entre os bairros do Bom Retiro e do Tremembé. Lembrava de datas e detalhes com precisão. Caseira, ela não gostava muito de sair e dedicava a maior parte do tempo à família e à Paróquia São Pedro.

Mudou-se para a casa de uma filha nas últimas décadas, transformando o local em uma espécie de ponto de encontro para os parentes.

Mas dona Yolanda não era de muita bagunça. Estava sempre tranquila, entretida em páginas e mais páginas de caça palavras ou pronta para a missa ou encontro na casa de vizinhos para rezar. Queria ajudar as pessoas e nunca esquecia de reservar uma parte da aposentadoria para as cestas básicas que mandava para a igreja.

Apesar da ótima saúde, morreu no último dia 4, em decorrência de complicações após uma queda. Deixa seis filhos, 13 netos e 14 bisnetos.

	Arquivo Pessoal
	Yolanda de Oliveira Silva (1921-2017) aponta o nome do pai em painel na sede do Corinthians

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