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    CELESTINO MILANEZ (1930-2017)

    Mortes: O patriarca 'pé-rachado' do pequeno Caravaggio

    EDUARDO MOURA
    DA EDITORIA DE TREINAMENTO

    23/04/2017 00h00

    Arquivo Pessoal
    Celestino Milanez (1930-2017)
    Celestino Milanez (1930-2017)

    Celestino Milanez era um homem da terra. Gostava de dizer que tinha a sola do pé tão grossa que não se machucava ao pisar em prego –era o pé que entortava o prego.

    Uma vez foi visitar a irmã, "todo bonito, elegante e com o cabelinho penteado", conta a filha Clésia. Ao chegar lá, a anfitriã protestou: "'Tchelestino', não está faltando nada?" Ele não havia percebido que estava descalço.

    Nasceu e cresceu na cidadezinha de Nova Veneza, no sul de Santa Catarina, composta, em grande parte, por descendentes de italianos.

    Por ser o filho homem mais velho, foi criado para trabalhar na terra. Era "colono", como são chamados os agricultores tradicionais na região. Herdou a profissão não só do pai, mas de toda a comunidade do Caravaggio, distrito de Nova Veneza. Também foi apicultor e marceneiro.

    Casado com Mercedes, teve 14 filhos. A parentada se reunia na propriedade da família todos os fins de semana. Com o tempo, vieram os netos, os bisnetos e se foram dois filhos e a mulher.

    Em um desses domingos, no último dia 9, enquanto as filhas preparavam a tradicional galinha com polenta, Celestino foi olhar sua criação de abelhas, sem proteção. Ao voltar, o carro que dirigia atolou, o que o fez pisar fundo no acelerador, sem sucesso.

    O apicultor não percebeu que o barulho do motor havia irritado a colmeia e saiu do carro para pedir ajuda. Não foi longe. Sucumbiu 20 metros adiante, vítima das picadas.

    Deixou 12 filhos, 28 netos, seis bisnetos e uma infinidade de amigos, além de uma horta plantada para os filhos no quintal da casa.

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    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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