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    Rio de Janeiro

    Facção criminosa de SP faz aliança no Rio e fortalece ação na divisa

    ROGÉRIO PAGNAN
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

    01/05/2017 02h00

    Diego Herculano-12.ago.2016/Folhapress
    Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, ao entardecer
    Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, ao entardecer

    No final de 2016, moradores mais antigos da Rocinha, no Rio, notaram a presença de pessoas estranhas à comunidade reunidas com os "donos do morro". Eram os "paulistas", tratados com deferência e que contavam suas façanhas no centro de rodas animadas a música, cerveja e drogas.

    "Os meninos ouviam admirados as histórias contadas por eles, de grandes crimes", narra um morador que presenciou a festa. Os "paulistas" retornaram ao morro outras vezes, mas sempre com a ordem de estarem desarmados.

    Essa primeira reunião, dizem moradores, selava a aliança iniciada nos presídios fluminenses entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e criminosos da ADA (Amigos dos Amigos), a segunda maior facção criminosa do Rio, dona do tráfico na Rocinha e inimiga histórica do CV (Comando Vermelho). Ali, a quadrilha paulista se aliava aos inimigos de seus inimigos.

    A ADA surgiu na década de 1990 com a união de grupos criminosos locais, acordo que inspirou o nome Amigos do Amigos. Atualmente, segundo dados do Ministério Público do Rio, os criminosos controlam ao menos 22 regiões da cidade, sendo a principal delas a favela da Rocinha. O mais famoso chefe do grupo é Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, dono da Rocinha, que está preso desde de 2011.

    Durante dois meses, a reportagem da Folha percorreu três Estados, vasculhou documentos inéditos e sigilosos, conversou com policiais civis e militares, promotores, advogados, especialistas em segurança e secretários de Estado.

    Andressa Anholete/AFP

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