Diego Herculano-12.ago.2016/Folhapress | ||
Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, ao entardecer |
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Cotidiano
Wednesday, 04-Dec-2024 23:35:59 -03Facção criminosa de SP faz aliança no Rio e fortalece ação na divisa
ROGÉRIO PAGNAN
ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO01/05/2017 02h00
No final de 2016, moradores mais antigos da Rocinha, no Rio, notaram a presença de pessoas estranhas à comunidade reunidas com os "donos do morro". Eram os "paulistas", tratados com deferência e que contavam suas façanhas no centro de rodas animadas a música, cerveja e drogas.
"Os meninos ouviam admirados as histórias contadas por eles, de grandes crimes", narra um morador que presenciou a festa. Os "paulistas" retornaram ao morro outras vezes, mas sempre com a ordem de estarem desarmados.
Essa primeira reunião, dizem moradores, selava a aliança iniciada nos presídios fluminenses entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e criminosos da ADA (Amigos dos Amigos), a segunda maior facção criminosa do Rio, dona do tráfico na Rocinha e inimiga histórica do CV (Comando Vermelho). Ali, a quadrilha paulista se aliava aos inimigos de seus inimigos.
A ADA surgiu na década de 1990 com a união de grupos criminosos locais, acordo que inspirou o nome Amigos do Amigos. Atualmente, segundo dados do Ministério Público do Rio, os criminosos controlam ao menos 22 regiões da cidade, sendo a principal delas a favela da Rocinha. O mais famoso chefe do grupo é Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, dono da Rocinha, que está preso desde de 2011.
Durante dois meses, a reportagem da Folha percorreu três Estados, vasculhou documentos inéditos e sigilosos, conversou com policiais civis e militares, promotores, advogados, especialistas em segurança e secretários de Estado.
Andressa Anholete/AFP Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
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