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    Após furtos e invasões, Câmara de São Paulo vai exigir RG na portaria

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    06/05/2017 02h00

    Danilo Verpa/Folhapress
    Plenário da Câmara Municipal de São Paulo; queixas de quebra de decoro aumentaram
    Plenário da Câmara Municipal de São Paulo

    A partir da próxima quinta-feira (11), quem quiser entrar no Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal de São Paulo, terá que apresentar um documento com foto.

    A medida ocorre após casos de furtos no Legislativo paulistano e acusações de invasões em gabinetes durante reuniões da Casa –casos relatados por Juliana Cardoso (PT) e pelo seu opositor Fernando Holiday (DEM).

    Segundo a presidência da Casa, haverá um teste por um período de 30 dias. A intenção, diz a cúpula da Câmara, é apenas garantir alguma identificação das pessoas que visitam o espaço –cerca de 4.000 circulam por dia, entre funcionários e visitantes.

    "Nesse período de experiência, se uma pessoa quiser entrar e disser que não possui documentos, será orientado pela assessoria da Casa sobre como obtê-los. E a entrada será liberada em seguida", disse o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM).

    Completado o mês, porém, quem não tiver o o RG no bolso poderá ser barrado. Após apresentar o documento, o visitante receberá um adesivo de identificação que deverá ser colado na roupa.

    "A intenção é saber quem está entrando, e não impedir que as pessoas entrem. Não queremos transformar aqui no Pentágono, longe disso", disse o secretário-geral interino da Casa, Paulo Baccarin. A Câmara estuda ainda fazer identificação fotográfica das pessoas que entram ali futuramente. Não há previsão para isso, porém.

    Andre Bueno/CMSP
    Sao Paulo, 2016. Palacio Anchieta Pradio Camara Municipal de São Paulo Foto: Andre Bueno/CMSP ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Fachada da Câmara de São Paulo

    Segundo Baccarin, a necessidade de identificação de visitantes é discutida desde 2015, mas nunca havia avançado por causa da resistência de alguns vereadores, que temiam seletividade no acesso.

    O secretário defende que a prática já é corriqueira em outros prédios públicos da cidade e na Câmara Federal, onde é necessário não só a identificação como todos são submetidos a detector de metal.

    Funcionárias da recepção que hoje basicamente dão informações aos visitantes estão recebendo treinamento para colher os dados das pessoas e abastecer um cadastro eletrônico. Assim, a Casa passa a ter um banco de dados sobre quem acessa o edifício.

    A vereadora Sâmia Bomfim (PSOL), que integra a oposição ao prefeito João Doria, (PSDB), aliado de Leite, diz que a medida pode ser positiva. "Se for apenas para o registro, pode ser positivo até para termos noções quantitativas de quem frequenta a Casa ou quer conhecê-la", disse.

    Ela teme, no entanto, eventual risco de discriminação. "Minha única preocupação é que movimentos sociais sejam barrados, assim como a população de rua que também frequenta aqui", disse. A Mesa Diretora diz que isso não vai ocorrer.

    CHINELO

    Em 2013, o então presidente da Casa, José Américo (PT), criou uma regra que impedia a entrada de pessoas trajando bermuda e calçando chinelos. A decisão foi bastante criticada e Américo acabou revogando a resolução.

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