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    Rio não consegue resolver problema de segurança sozinho, diz ministro

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    11/05/2017 20h17

    O governo Michel Temer anunciou a elaboração de um plano de segurança para socorrer estados em situação crítica e afirmou que o Rio de Janeiro "não consegue resolver sozinho" seus problemas de violência.

    O presidente se reuniu com seis ministros na tarde desta quinta-feira (11) para discutir o envio de equipes de inteligência, segurança e ação social aos estados em dificuldades. O plano será detalhado no dia 26 de maio e implantado no Rio em junho, como "laboratório inicial".

    O general Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, afirmou que estará à disposição dos estados o "emprego global de toda a estrutura" do governo federal.

    "Temos que lembrar que a segurança pública não é uma competência da União. O governo pretende dar uma resposta quando entender que o estado não consegue resolver sozinho. O governo e o presidente entendem que o estado do Rio de Janeiro não consegue resolver sozinho", declarou Etchegoyen.

    Violência

    Em seguida, o ministro tentou contemporizar: "Mas confiamos na Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, que tem feito esforços com resultados muito positivos".

    O Rio enfrenta um agravamento de sua crise de segurança, com a maior taxa de mortes violentas em sete anos, segundo dados do ISP (Instituto de Segurança Pública).

    Para atender às necessidades dos estados, Temer pretende criar um "comitê integrado de pronta resposta a eventos críticos", que deve replicar a estrutura operacional usada na Olimpíada de 2016, com participação dos ministérios da Justiça e da Defesa, além do Gabinete de Segurança Institucional.

    O ministro declarou que as Forças Armadas poderão ser empregadas nas cidades "quando e se necessário, de forma mais pontual, para que possamos ter resultados mais efetivos".

    Para o governo federal, a segurança pública é hoje um "problema nacional", que exige respostas de longo prazo, segundo Etchegoyen.

    "Não se resolve a situação do Rio de Janeiro apenas empregando meios prontamente. Quantas vezes já empregamos e quantas vezes tivemos que voltar?", questionou. "A situação chegou a um grau de complexidade que não é mais possível atacar com decisões de afogadilho."

    O projeto prevê ainda atuação do Ministério do Desenvolvimento Social em comunidades de baixa renda. Etchegoyen disse que o governo atuará em duas vertentes: "uma ligada às instituições da imposição da lei e aquelas com provimento de apoio social, para recuperar a cidadania dessas comunidades".

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