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    Polícia, bombeiros e ambulâncias serão unificados no 190 de São Paulo

    ROGÉRIO PAGNAN
    DE SÃO PAULO

    19/05/2017 02h00

    Adriano Vizoni - 12.set.2014/Folhapress
    Centro de Operações da Polícia Militar de São Paulo, que é responsável pelo serviço 190
    Centro de Operações da Polícia Militar de São Paulo, que é responsável pelo serviço 190

    Os serviços de emergência –polícia, bombeiros e ambulâncias– serão unificados na cidade de São Paulo. Todos esses pedidos de socorro poderão ser feitos pelo 190, telefone da Polícia Militar.

    A decisão foi tomada pelo governo do Estado e prefeitura e deve estar totalmente implementada ainda neste ano.

    Representantes das gestões Geraldo Alckmin (PSDB) e João Doria (PSDB) estão finalizando os detalhes do funcionamento do novo sistema para assinar um termo de cooperação nos próximos dias.

    O projeto de integração foi concluído neste mês por um grupo de trabalho criado em fevereiro. Ele foi composto por representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde e da Secretaria de Estado da Segurança Pública.

    A unificação dos serviços de emergência visa inicialmente duas mudanças. De um lado, busca simplificar seu acionamento pelos moradores –em geral mais habituados em ligar ao 190. De outro, visa otimizar os serviços para evitar, por exemplo, a duplicidade de atendimentos por órgãos diferentes –e a falta de assistência em alguns casos.

    Um acidente de trânsito, atualmente, pode ser atendido tanto pelo Samu, ligado à prefeitura, como pelo Resgate, ligado ao Estado. Sem troca de informações, ambos podem mandar veículos para atender um mesmo ferido –ou não mandar nenhum.

    "Quando o Samu apareceu, o Resgate estava havia 15 anos na rua fazendo atendimento. Realmente, faltou, na época em que o Samu foi lançado, uma conversa para integrá-los", diz Maria Cecília Damasceno, responsável pelo serviço de Resgate, pela Secretaria de Estado da Saúde.

    "Então, hoje, a gente tem um sistema que não conversa. Com a mudança, será como já ocorre nos EUA e na Europa, em que a pessoa liga para um só número", afirma.

    Segundo dados do governo paulista, o Resgate realiza 400 atendimentos diariamente, dos quais cerca de 25% deles poderiam ser atendidos pelo Samu –considerados menos graves.

    Essa situação força, muitas vezes, o envio de equipes de combate a incêndio para atender casos de saúde.

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    TRIAGEM

    O município, por sua vez, também não consegue atender todos os chamados. Neste ano, das mais de 113 mil ocorrências abertas pelo Samu até 20 de abril, 34% deixaram de ser atendidas.

    A gestão Doria afirma que "nem todos os chamados abertos requerem envio de ambulância" do Samu. Diz que ocorrências "de prioridade mais baixa são atendidas pelo médico regulador, que dá orientações sobre os cuidados a serem tomados".

    O projeto concluído pela grupo de trabalho prevê que todas as ligações feitas para o Samu –tanto pelo 190 quanto pelo 192– sejam concentradas no centro de atendimento da PM, que fará uma triagem pela gravidade.

    Os casos não-emergenciais, como transporte de pacientes de um hospital para o outro, serão encaminhados para a central do Samu, que irá enviar um veículo conforme a fila de espera do órgão –já existente atualmente.

    Os casos emergenciais serão despachados pela central da PM, como já ocorre com os chamados para o telefone dos Bombeiros –o 193.

    A previsão é que 60 ambulâncias do Samu –dos 122 veículos existentes– sejam deslocadas para unidades do Corpo de Bombeiros para facilitar o envio do socorro.

    Hoje essas ambulâncias são distribuídas conforme a população fixa de cada bairro, sem considerar a demanda flutuante ao longo do dia.

    PEDIDOS DE RESGATE - Média diária de chamadas por emergências médicas

    Elas serão levadas para pontos específicos, de acordo com a "demanda por atendimento pré-hospitalar" e outros critérios operacionais.

    Os números 192 e 193 não serão desativados por ora, mas direcionados ao 190.

    Além da capital paulista, segundo o governo Alckmin, ao menos outras duas cidades (Sorocaba e Barueri) possuem projetos semelhantes para integrar o Samu e o Resgate ainda neste ano.

    APLICATIVO

    O grupo de trabalho chegou a discutir, para baratear os serviços, a possibilidade de envio pelo Samu de carros contratados pelo município –como os de aplicativos de transporte Uber, Cabify e 99– para casos menos graves, como realização de exames.

    Essa alternativa, porém, não deverá ser implantada neste momento, embora as discussões continuem.

    *

    Cronologia

    1981
    É criado o serviço 190 da Polícia Militar

    1989
    É criado o sistema de resgate dos bombeiros

    2002
    Samu é implantado na cidade de São Paulo

    2014
    Chamadas do Corpo de Bombeiros passam a ser feitas também pelo 190 e a ser recebidas pelo Copom, da PM

    2º semestre de 2017
    Sistema que unifica as chamadas em um único número deve ser implementado

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