Diferente de seus vizinhos, a garagem de Marcos Teixeira de Freitas não tinha carro, mas tinha trem. Tudo bem que eram em modelos pequenos, de madeira, mas não deixavam de chamar a atenção das pessoas, que chegavam a visitar o inusitado cômodo.

Trabalhos manuais eram uma paixão para esse engenheiro químico. Fazia cada detalhe, não apenas dos trens, mas de todos os seus experimentos. Desde os armários pendurados nas paredes de sua casa até a casa de boneca gigante que fez para as filhas.

Nascido e criado na capital paulista, Marcos herdou os talentos dos pais. Uniu as habilidades do pai engenheiro com o talento da mãe, que fazia pinturas e cerâmicas.

Formou-se em engenharia química e trabalhou em empresas como Kibon e Adopho Lindenberg. Mesmo aposentado ainda dedicou 20 anos a sua corretora de seguros –parou apenas no ano passado.

Sempre calmo, não entrava em discussões, principalmente em casa. Seguia as vontades da mulher, Maria Cristina, e dos quatro filhos.

Quando não estava trabalhando ou dedicado às obras em sua garagem, Marcos gostava de caminhar e de viajar. Lugares históricos eram os seus favoritos. Fosse na Rússia, na Alemanha ou na França, ele sempre aproveitava para explorar os museus.

Em casa, gostava de coisa simples. Não dispensava um pote de pipoca e um copo de guaraná na companhia dos netos ou os almoços de sábado com toda a família.

Na mesma calma com que viveu, morreu, no último dia 12, aos 74 anos, enquanto dormia. Deixa a mulher, os filhos, dois irmãos e sete netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas