Na casa dos Notari, em Itapevi (SP), todos já eram familiarizados com as "coisas de Norberto". Quem ousasse sentar em sua poltrona ou usar sua caneca logo era repreendido com uma brincadeira de Tobé, sempre de bem com a vida.

O bom humor característico atraía as pessoas. Recebia os vários amigos em casa, reproduzindo as receitas dos programas culinários que gostava de acompanhar.

Da comida ao trabalho, colocava amor em tudo. Foi funcionário dedicado da Polícia Civil, do Instituto Médico Legal, do Tribunal de Justiça.

Nenhum trabalho, no entanto, se compara ao que Norberto realizou por mais de 20 anos na Assembleia de Deus.

	Arquivo Pessoal
	Norberto Luiz Notari (1958-2017) e sua mulher, Elenice

Como pastor, levou sua fé "imensurável" aos fiéis, como conta a mulher Elenice. Acolhia a todos, ouvia seus problemas e transformava em conselhos o que aprendia nos livros evangélicos que guardava em sua vasta biblioteca.

As viagens missionárias se tornaram uma forma de unir suas paixões por conhecer novos lugares e ajudar pessoas. O próximo destino já estava decidido - iria para a Espanha com Elenice.

Nem o câncer de pâncreas descoberto este ano impediu Norberto de fazer planos. Queria passar uma semana conhecendo o Rio de Janeiro e continuar o seu trabalho como pastor. "Ele nunca deixou de acreditar que seria curado", diz a mulher.

Norberto morreu no último sábado (20), aos 59 anos, deixando a mulher, três filhos e quatro netos. Seu velório foi marcado por homenagens da família, dos amigos, dos fiéis e dos colegas de trabalho.