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    Acolhidos passam mal após comerem em centro da prefeitura na cracolândia

    DE SÃO PAULO

    26/05/2017 18h58 - Atualizado às 20h02

    Artur Rodrigues/Folhapress
    Roberto Aljoras Buzzesse, 30, passou mal depois de comer macarrão com almôndegas no complexo Prates
    Roberto Buzzesse, 30, passou mal depois de comer macarrão com almôndegas no complexo Prates

    Pessoas acolhidas no complexo Prates, na região do Bom Retiro, centro de São Paulo, passaram mal após jantarem no local na noite desta quinta-feira (25). Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, a comida não estava em condições ideais para consumo.

    A unidade tem recebido pessoas removidas da cracolândia, desde o último domingo (21), quando a prefeitura iniciou uma série de ações na região.

    Um deles foi Roberto Aljoras Buzzesse, 30, que passou mal depois de comer macarrão com almondegas no local. "Estou passando mal desde a madrugada. Senti assim que comi que estava estranho", disse.

    A Folha encontrou Buzzesse na antiga tenda do programa Braços Abertos. Lá, outras pessoas também haviam comido a comida estragada.

    A secretaria não informou o número de pessoas que passaram mal, mas disse que está apurando o motivo do problema e que já "providenciou a troca dos alimentos para que os acolhidos não fossem prejudicados". Em caso de irregularidade, a empresa será punida.

    No início da semana, a Folha flagrou acolhidos no complexo dormindo no chão frio e duro, sem colchão, enrolados em cobertores. O secretário de assistência social, Filipe Sabará, negou na ocasião que os moradores tenham dormido no chão, e disse que a "prefeitura não pode impedir que eles fiquem no chão.

    Frequentadores do local disseram faltar estrutura para atender mais pessoas –por já estar lotado. Eles pediram para não ter os nomes revelados com medo de represálias. Um homem afirmou haver 55 beliches improvisados na quadra e temer que novos moradores pudessem ficar em lugar descoberto até de noite.

    OPERAÇÃO

    A dispersão da região conhecida como cracolândia teve início após operação policial do governo do Estado, ocorrida no último domingo. Apesar da remoção do aglomerado de pessoas e das barracas da alameda Dino Bueno, outras 23 minicracolândias surgiram na região central de São Paulo.

    O maior está na praça Princesa Isabel, a apenas dois quarteirões da antiga cracolândia. De quinta para sexta-feira, o número de pessoas no local dobrou de 300 para 600, e os comerciantes já relatam problemas como furtos, cortes de fiação de energia elétrica e redução significativa no número de clientes.

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