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    Doria diz que objetivo não é promover internações em massa na cracolândia

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    31/05/2017 16h27 - Atualizado às 23h30

    O prefeito João Doria (PSDB) disse nesta quarta-feira (31) que a objetivo da administração não é o de fazer internações em massa de viciados que frequentam a nova cracolândia do centro de São Paulo, na praça Princesa Isabel. "Isso é uma falácia. Foram feitas interpretações maldosas de que haveria internações com ônibus ou vans", afirmou o tucano.

    Segundo o prefeito, a primeira opção será a internação voluntária. Em segundo lugar, vem a internação pedida por familiares e, em terceiro lugar, a compulsória. Doria voltou a dizer que não haverá retrocesso nas ações em curso na cracolândia.

    No último dia 23, a gestão Doria pediu à Justiça autorização para internar dependentes químicos à força. A autorização daria poder à prefeitura de internar um viciado em drogas contra a sua vontade, desde que ele passasse por uma equipe de médicos e psicólogos.

    A proposta, no entanto, foi vetada no Tribunal de Justiça, que extinguiu o processo nesta terça-feira (30). Ainda cabe recurso, mas a prefeitura aposta suas fichas nas entrevistas com os usuários e no convencimento para que sejam encaminhados para atendimento ambulatorial ou internação.

    Cracolândia de SP

    NOVA SECRETÁRIA

    A nova secretária de Direitos Humanos da gestão Doria (PSDB), Eloisa Arruda, afirmou nesta quarta-feira que "a prefeitura não vai desistir" e que os dependentes químicos serão acolhidos.

    Para ela, ex-secretária da Justiça do governo Alckmin entre 2011 e 2014, o que ocorre na cracolândia é uma flagrante violação dos direitos humanos. "O problema da cracolândia é transversal".

    Eloisa substitui Patrícia Bezerra. A respeito da gestão municipal, se diz contente por entrar "neste trem veloz".

    Questionada sobre ter dito que a cracolândia havia acabado, em 2012, ela respondeu: "Fiz essa afirmação, sim, dentro de um contexto onde afirmávamos que não iríamos desistir dos dependentes químicos".

    "O trabalho é longo e contínuo. O que não pode acontecer é permitir que se instale um shopping center de drogas como estava acontecendo, isso é importantíssimo. E um trabalho contínuo para a abordagem dessas pessoas", afirmou.

    No pico do fluxo, até 900 pessoas circulam diariamente pela nova cracolândia, na praça Princesa Isabel, a 400 metros de onde funcionava a antiga cracolândia, alvo de ação policial.

    Usuários abordados por equipes da prefeitura desde o dia da ação policial (21)

    ATENDIMENTOS DE USUÁRIOS - Feitas por profissionais municipais de saúde desde a operação policial (21.mai)

    Tipos de internação de usuários de drogas

    Voluntária
    É feita quando o dependente químico opta pelo tratamento e vai em busca de ajuda

    Involuntária
    É feita a pedido de terceiros, geralmente familiares. É preciso um laudo médico, e o Ministério Público tem que ser avisado

    Compulsória
    É pedida por um médico, atestando que o dependente não tem domínio sobre sua condição psicológica e física, e determinada pela Justiça

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