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    Crise da água

    Sistema Cantareira passa a ter faixas de segurança contra períodos de seca

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    31/05/2017 19h02

    Foram publicadas nesta quarta-feira (31) as novas regras de exploração do sistema Cantareira, que entre 2014 e 2016 viveu sua pior estiagem e deixou São Paulo à beira do colapso no abastecimento. Pelas novas regras, o conjunto de represas ganhou cinco faixas de risco que determinarão a quantidade de água que poderá ser retirada para a Grande São Paulo.

    Basicamente, para a região metropolitana da Grande São Paulo, a captação funcionará da seguinte forma:

    Faixa 1 (normal): quando o Cantareira tiver mais de 60% de sua capacidade, retira-se 33 mil litros de água por segundo.

    Faixa 2 (atenção): quando o Cantareira tiver entre 60% e 40% de sua capacidade, retira-se 31 mil litros de água por segundo.

    Faixa 3 (alerta): quando o Cantareira tiver entre 40% e 30% de sua capacidade, retira-se 27 mil litros de água por segundo.

    Faixa 4 (restrição): quando o Cantareira tiver entre 30% e 20% de sua capacidade, retira-se 23 mil litros de água por segundo.

    Faixa 5 (especial): quando o Cantareira tiver menos de 20% de sua capacidade, retira-se 15,5 mil litros de água por segundo.

    Para se ter uma ideia, em 2014, na primeira vez que as agências reguladoras determinaram que a Sabesp reduzisse a retirada de água do Cantareira, as represas estavam com 16% de sua capacidade. Naquela ocasião, as agências determinaram que a Sabesp reduzisse a captação de água de 31 mil litros por segundo para 27 mil litros por segundo. Pela nova regra, com 16% de água, o Cantareira dever retirar apenas 15,5 mil litros de água por segundo.

    A VOLTA DO CANTAREIRA - Nível do sistema, em % da capacidade total (1,3 trilhão de litros)*

    O Cantareira é o maior reservatório e o maior produtor de água potável da Grande São Paulo. Atualmente, ele produz cerca de 24 mil litros de água (40% do que é necessário para abastecer a Grande São Paulo) e está com 52% de sua capacidade, sem considerar o volume morto.

    A nova regra prevê ainda que, em momentos de seca, uma agência federal e uma estadual decidam a quantidade de água que deverá ser retirada da bacia do rio Paraíba do Sul para abastecer o Cantareira. A transposição será possível graças a uma obra de R$ 555 milhões da Sabesp, que está com 70% de suas obras prontas e deverá entrar em pré-operação em dezembro deste ano.

    As regras do Cantareira para a região de Campinas também mudaram. O volume de água enviado para aquela região aumentou de 5.000 litros de água por segundo para 10 mil litros de água por segundo em tempos de seca e para 12 mil litros por segundo em período chuvosos.

    Em contrapartida, os pontos de medição desses volumes passaram a considerar não apenas a água liberada pelo Cantareira, mas também os rios que se somam a este reservatório para abastecer a região no interior do Estado.

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