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    Cobradores de ônibus temem perder emprego após decisão da Justiça de SP

    DO "AGORA"

    10/06/2017 02h00

    Suamy Beydoun - 31.mai.2017/AGIF/Folhapress
    SP - Sao Paulo - 31/05/2017 - Prefeitura SPTrans entrega novos onibus - SPtrans entregou neste quarta feira 31 os novos onibus ao sistema municipal de transporte os veiculos possuem os modernos itens de conforto e seguranca ao todo vao ser 400 novos veiculos a entrega simbolica foi feita na na sede da Prefeitura no Viaduto do Cha com a presenca do Prefeito Joao Doria e demais secretarios Foto: Suamy Beydoun/AGIF *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    O prefeito João Doria (PSDB) durante entrega de novos ônibus

    Um dia depois de uma decisão da Justiça permitir que a Prefeitura de São Paulo, sob gestão João Doria (PSDB), retire os cobradores dos ônibus, profissionais da categoria diziam temer a perda de empregos. A SPTrans (empresa municipal de transportes) diz estudar recolocação dos cobradores em outras atividades.

    O Sindmotoristas (sindicato da categoria) afirma confiar no compromisso assumido pela prefeitura, mas que, "mesmo assim", seu departamento jurídico foi acionado para monitorar e tomar as providências cabíveis, para garantir a vigência da lei que garante a presença dos cobradores no sistema.

    Conforme mostrou a Folha nesta sexta (9), o Tribunal de Justiça de São Paulo considerou inconstitucional lei de novembro de 2001 que obrigava a prefeitura a manter cobradores nos ônibus.

    Com isso, Doria poderá levar adiante o seu projeto de extinguir aos poucos a função. Embora ainda caiba recurso, a decisão derruba o principal obstáculo formal para efetivar a mudança, considerada estratégica pela gestão tucana para reduzir os custos dos serviços de ônibus.

    CUSTOS DO SISTEMA DE ÔNIBUS - Funcionários representam a maior parte dos gastos, que totalizam R$ 7,4 bilhões

    "Dizem que vão nos realocar [os 20 mil cobradores da capital paulista]. Mas duvido. Acho que vão demitir mesmo. Somos pais de família, precisamos desse trabalho", disse um cobrador de 36 anos da linha 576C/10 (Metrô Jabaquara-Terminal Santo Amaro), que testa ônibus sem cobradores.

    Para um motorista da mesma linha, de 47 anos, o cobrador fará falta. "É um profissional essencial. Dá informações para os passageiros, ajuda cadeirantes e nos avisam quando as pessoas já desceram. Isso dá segurança. Nem sempre enxergamos o coletivo quando está cheio".

    Um motorista dessa mesma linha, que dirige um ônibus sem cobrador, disse que o tempo de viagem aumentou em cerca de dez minutos.

    "Isso porque tenho que parar tudo para ajudar cadeirantes, por exemplo. Mas também paro, e me atraso, porque tenho que explicar aos passageiros com dinheiro que eles precisam aguardar o próximo ônibus com cobrador".

    Todos os funcionários pediram para não serem identificados.

    Passageiro dessa linha, o aposentado Joel Dias, 60, reclama quando entra no ônibus sem cobrador. "Os motoristas perdem muito tempo, atrasa nossa viagem."

    A SPUrbanuss (sindicato das empresas) diz que não há determinação para que "a frota em operação trabalhe sem o cobrador".

    Quem paga os custos do sistema -

    Como os passageiros pagam a tarifa, em % -

    Subsídios da prefeitura, em R$ bilhões -

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