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    Placas de trânsito precárias colocam motoristas em risco em São Paulo

    FABIO PAGOTTO
    DO "AGORA"

    12/06/2017 14h40

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Placas presas uma em cima da outra e até invertidas na rua Javari, na Mooca (zona leste de SP)
    Placas presas uma em cima da outra e até invertidas na rua Javari, na Mooca (zona leste de SP)

    Placas encobertas por vegetação, amassadas, tombadas, viradas, ilegíveis, de ponta-cabeça. Essa é a situação encontrada pela reportagem em ruas e avenidas da capital, o que coloca em risco motoristas e pedestres.

    Oitenta ruas e avenidas das cinco regiões de São Paulo foram procuradas na semana passada, e 48 placas apresentavam alguma falha.

    Na avenida Indianópolis, no Planalto Paulista (zona sul), no sentido Jabaquara, junto ao muro do clube Sírio-Libanês, a placa que indica o sentido Imigrantes-Anchieta está totalmente coberta pelos galhos de uma árvore.

    O mesmo acontece na altura do número 827 da avenida Pacaembu, logo após esquina com a rua Carlos Espinheira, no Pacaembu (zona oeste). Uma placa que indica o Parque Anhembi, Casa Verde e Marginal Tietê está escondida pelos ramos de uma árvore.

    "São Paulo já é uma cidade com pouca sinalização. Amigos estrangeiros, de vários países, como França e Estados Unidos, reclamam muito disso. E se a pouca sinalização que tem fica escondida atrás de galhos, fica muito difícil de se localizar aqui", disse a secretária-executiva Natália Bertolucci, 36 anos.

    Na rua Canuto Saraiva, na Mooca (zona leste), em frente ao 223, uma placa de proibido estacionar está atrás de uma árvore, e sequer é visível da rua.

    "Se eu fosse multado aqui eu certamente iria recorrer. É impossível ver essa placa da rua. Tem que chegar bem perto para vê-la, e mesmo assim só dá para ver se você for debaixo da árvore. E isso porque eu moro aqui há muitos anos", afirmou o comerciante German Georgel, 54 anos, morador do bairro.

    VANDALISMO

    Muitas placas da cidade estão cobertas por adesivos, foram amassadas por caminhões, acidentes ou mesmo vandalizadas. Na rua Doutor César, na altura do 142, em Santana (zona norte), uma placa afixada em poste indicando valeta está dobrada, e uma outra logo abaixo está tão amassada que não é mais possível ver o que ela deveria informar.

    Em alguns casos, o poste metálico que suporta a sinalização foi amassado durante um acidente com veículos. É o que aconteceu com a placa indicando velocidade de 30 km/h e lombada, na rua Javari, oposto ao número 17. A sinalização está torta e caindo para um lado. É impossível para o motorista ler as informações de dentro do carro.

    RESPOSTA

    A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da gestão João Doria (PSDB), afirmou, por meio de nota, que fará vistoria nos locais citados pela reportagem e que as placas vandalizadas passarão por manutenção.

    "Em abril, a CET criou um departamento para fazer a zeladoria das placas de sinalização da cidade. O objetivo é vistoriar, identificar e realizar a manutenção e a implantação de sinalizações de trânsito da cidade de São Paulo", afirma a nota.

    Segundo a CET, o vandalismo é um dos maiores problemas na manutenção da sinalização. "Cerca de 40% das placas da cidade são alvo de ações de vândalos, como pichações, furtos, entre outros. Por mês são feitas atualmente a recolocação de mil placas", diz. A CET diz que quem encontrar placas tortas, pichadas ou com outros problemas pode entrar em contato pelo telefone 1188.

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