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    SP prorroga vacinação contra a gripe e amplia público após não cumprir meta

    DE SÃO PAULO

    12/06/2017 19h15

    Bruno Santos - 05.jun.17/Folhapress
    Corretor Floriano José Silva, 80, recebe vacina contra a gripe na UBS Parque da Lapa, em São Paulo
    Corretor Floriano José Silva, 80, recebe vacina contra a gripe na UBS Parque da Lapa, em São Paulo

    O Estado de São Paulo decidiu prorrogar a campanha de vacinação contra a gripe até o próximo dia 23. A previsão era que ela fosse encerrada na última sexta (9), mas nenhum grupo prioritário alcançou a meta de vacinação de 90%, estipulado pelo governo.

    Além da prorrogação da campanha, o Estado também anunciou nesta segunda (12) a ampliação do público-alvo que agora vai incluir também pessoas com idade de 55 a 59 anos.

    Inicialmente, o campanha era voltada apenas a idosos (mais de 60 anos), crianças de 6 meses a 5 anos, trabalhadores da saúde, professores, indígenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto), portadores de doenças crônicas, detentos e funcionários do sistema prisional.

    Nenhum desses grupos, porém, cumpriu a meta de 90% de imunização. As maiores coberturas até agora no Estado foram às puerpéras (85%) e idosos (86,8%), enquanto as menores foram para as gestantes (56%) e crianças de 6 meses a 5 anos (58,8%).

    A baixa procura pela vacinação foi registrada em todo o país, o que fez com que o Ministério da Saúde recomendasse a liberação das doses para toda a população, para evitar o vencimento das vacinas já adquiridas. O Estado de São Paulo, no entanto, ficou de fora da ampliação, afirmando não ter dose suficiente para isso.

    O Estado chegou a pedir 31 milhões de doses extras ao governo federal, mas o ministério afirmou que todas as doses disponíveis para 2017 já foram distribuídas, e que os Estados e municípios têm autonomia para aderir ou não à recomendação de ampliação, "conforme a disponibilidade das vacinas e necessidades locais".

    Apenas nesta segunda, o Estado ampliou o campanha a pessoas de 55 a 59 anos. "A ampliação foi definida devido à maior probabilidade de desenvolvimento de doenças crônicas em pessoas nessa faixa etária", afirmou, em nota, a diretora de Imunização da Secretaria da Saúde, Helena Sato.

    PAÍS

    Em todo o país, a campanha vacinou 46 milhões de pessoas contra a gripe, sendo 1,8 milhão fora do público-alvo inicial da campanha. A faixa etária que mais procurou a rede pública de saúde da população que não é alvo foi a de 30 a 39 anos, com 379,2 mil doses aplicadas (20,5%).

    Segundo o ministério, apenas três Estados atingiram a meta de vacinar 90% do público-alvo: Amapá (98,1%); Pernambuco (91,8%) e Paraná (90%). Outros Estados estão próximos de atingir a meta, como Amazonas (89,8%), Goiás (88,2%), Maranhão (88,1%), Santa Catarina (88,1%) e Alagoas (87,9%).

    No balanço nacional, apenas as puérperas e os indígenas atingiram a meta de vacinação, com 91,6% e 90,4% respectivamente. Outros públicos estão perto de atingir a meta, como os idosos (89,5%) e professores (86,3%). Os grupos que menos se vacinaram são as gestantes (69,5%), crianças (69,8%) e trabalhadores da saúde (81,9%).

    NOVAS REGRAS

    O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse na semana passada que a pasta irá discutir uma "regra permanente" para que novas campanhas de vacinação tenham um prazo fixo para imunização de grupos prioritários. Em seguida, a vacina seria liberada para toda a população.

    A medida será apresentada ainda neste mês à CIT (comissão intergestores tripartite), composta por secretários estaduais e municipais de saúde, e que define novas ações a serem adotadas no SUS.

    Assim, caso não atinja a meta de vacinação do público-alvo no prazo previsto, como ocorreu com a campanha de imunização contra a gripe neste ano, a vacina passa a ser ofertada a todas as faixas etárias.

    "Queremos que isso se torne uma política permanente nossa. Haverá prazo para o público-alvo, e terminado o prazo, a vacina fica disponível para todos. Já perdemos milhões e milhões de doses de vacina anteriormente por ficar prorrogando campanhas e atingir um público-alvo que não se apresenta", afirmou.

    O ministro não informou, porém, para quais tipos de vacinas a medida proposta poderia valer –inicialmente, a ideia seria adotar nas próximas campanhas de vacinação contra a gripe.

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