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    Comunidade terapêutica estimula lado espiritual, diz coordenador anticrack

    JULIANA GRAGNANI
    DE SÃO PAULO

    14/06/2017 02h00

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Frequentadores da nova cracolândia, na praça Princesa Isabel, em antigo espaço infantil
    Frequentadores da nova cracolândia, na praça Princesa Isabel, em antigo espaço infantil

    As comunidades terapêuticas são "um modelo social de recuperação", e não um equipamento de saúde, segundo o psiquiatria Ronaldo Laranjeira, coordenador do Recomeço, programa anticrack da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que encaminha usuários de drogas para esses espaços no Estado de SP.

    Segundo ele, a desintoxicação é feita no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), e os usuários de droga só são encaminhados a essas comunidades se não tiverem mais sintomas de abstinência.

    Nesta terça (13), em audiência pública organizada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com a presença dos secretários municipais Wilson Pollara (Saúde) e Anderson Pomini (Justiça), Laranjeira afirmou também que as comunidades terapêuticas estimulam as pessoas a "ter algum cultivo da espiritualidade".

    "Tem um componente, não religioso, mas espiritual. Não tem uma religião específica, não é um local de conversão religiosa, mas estimula as pessoas a ter algum cultivo da espiritualidade", afirmou. Questionado, Pollara concordou com a importância de haver um "cultivo da espiritualidade" nesses espaços, contanto que não seja "religiosidade".

    Laranjeira disse que nos espaços "as pessoas são estimuladas, e não obrigadas, a trabalhar" e a fazer contato com suas famílias "para já buscar algum tipo de empregabilidade o mais rápido possível".

    Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a desintoxicação é feita "exclusivamente em leitos hospitalares" e que o acolhimento nas comunidades "só são feitos mediante a concordância dos dependentes, quando eles precisam ficar afastados do uso de drogas mas não necessitam de internação".

    "Entre 2013 e 2016, 4.300 pessoas foram encaminhadas pelo Cratod para comunidades terapêuticas. Há cerca de 2.000 vagas (...) A fiscalização das comunidades, conforme norma da Anvisa, fica a cargo dos serviços de vigilância sanitária", diz a nota.

    Durante o debate, o secretário Pomini admitiu que "se dependesse da prefeitura, a data [da operação policial na cracolândia da gestão Alckmin, em 21/5] seria certamente um pouco mais à frente, tendo em vista a necessidade de maior organização".

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