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Participantes da Parada LGBT de São Paulo em 2016 |
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Cotidiano
Monday, 20-May-2024 00:38:31 -03Parada LGBT de SP terá protestos contra interferência religiosa
JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO18/06/2017 02h00
Protestos contra a interferência religiosa no Estado laico dividirão espaço com as cores do arco-íris na av. Paulista neste domingo (18), quando São Paulo celebra a 21ª edição da Parada do Orgulho LGBT. É a maior festa do mundo de defesa à diversidade de gênero e orientação sexual.
Na avaliação de movimentos ligados ao público LGBT, a influência de doutrinas religiosas na política tem atravancado discussões como a criminalização da homofobia, a apresentação de discussões sobre identidade sexual nas escolas e mais avanços sociais, como acesso dos LGBTs ao trabalho.
De acordo com relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais, o Brasil ocupa o primeiro lugar em homicídios de LGBTs nas Américas, com 340 mortes por motivação homofóbica no ano passado. Grupos brasileiros estimam que 144 desses homicídios sejam de travestis e transexuais.
Segundo Claudia Regina Santos Garcia, diretora da organização que promove a parada paulistana, um grupo de trabalho discutiu o tema do evento por cerca de seis meses e "com base em dados sobre violência contra LGBTs no Brasil e no mundo, resolveram que a questão do Estado laico era o que mais representava" sua luta no momento.
Doutorando em antropologia social pela USP e autor do livro "Diferentes, Não Desiguais: A Questão de Gênero na Escola", Bernardo Machado afirma que "há sujeitos e grupos que, munidos de suas próprias ideologias e crenças, pretendem contaminar o Estado com práticas que ferem o princípio da igualdade".
Na avaliação do pesquisador, "no caso da população LGBT, ora o Estado é negligente, na medida em que não cria pesquisas oficiais voltadas para essa população a fim de conhecê-la e, com isso, criar políticas públicas para o exercício da cidadania, ora é omisso, ao deixar de incluir gênero e orientação sexual nos planos educacionais".
Ele diz que pessoas LGBT têm fé, afetos, família, amizades, direitos e deveres. Oriundas de diversas origens e classes, professam suas crenças, trabalham, pagam seus impostos. Entretanto, no dia a dia, calculam quando e onde podem demonstrar afeto para sua parceira ou parceiro com medo de serem agredidas ou hostilizadas.
Diferentes, Não Desiguais Beatriz Accioly Lins, Bernardo Fonseca Machado, Michele Escoura Comprar Para Fernando Magrin, fundador do bloco carnavalesco Minhoqueens, um dos mais famosos a reunir o público LGBT, "o tema da parada tem extrema importância, não somente política mas, também, sociocultural".
"O Estado deve respeitar as questões de identidade de gênero e orientação sexual isento de valores religiosos. Deve existir liberdade religiosa, sim, mas nenhuma religião é lei", afirma Magrin.Levantamento feito pelo site Congresso em Foco em 2016 indicava que 197 parlamentares se enquadravam na bancada evangélica no Legislativo federal brasileiro na ocasião, enquanto 23 compunham a chamada bancada dos direitos humanos, onde estão os principais defensores da população LGBT.
Durante o cortejo deste domingo, ativistas, políticos e personalidades vão fazer discursos cobrando avanço de direitos, proteção e acesso à diversidade de gênero.
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