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    Rio de Janeiro

    Rio registra maior volume de chuva para junho em pelo menos 20 anos

    LUIZA FRANCO
    DO RIO
    MARTHA ALVES
    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    21/06/2017 06h07 - Atualizado às 08h34

    Reprodução/Twitter/OperacoesRio
    Av. Borges de Medeiros alagada no Rio de Janeiro
    Av. Borges de Medeiros alagada no Rio de Janeiro

    Após alcançar o maior volume de chuva para o mês de junho dos últimos 20 anos, o Rio de Janeiro amanheceu nesta quarta-feira (21) com pontos de alagamento e interdições em vias.

    Um reflexo do temporal desta terça-feira (20), que ultrapassou o recorde anterior de chuva em um só dia do mês de junho registrado em 2006, segundo medições da prefeitura.

    A estação meteorológica do Alto da Boa Vista acumulou 247 mm de chuva até meia-noite de terça. Em 2006, o maior volume registrado em uma estação no mês de junho, em um único dia, havia ocorrido na Barra da Tijuca (154,2 mm), na zona oeste.

    Onze estações pluviométricas registraram maior volume de chuva do que o esperado para todo o mês de junho, segundo o Sistema Alerta Rio. São elas: Saúde, Jardim Botânico, Santa Teresa, Laranjeiras, Recreio, São Cristóvão, Jacarepaguá/Cidade de Deus, Ilha do Governador, Grajaú, Tijuca/Muda e Barra/Riocentro.

    O bairro do Jardim Botânico foi um dos mais afetados. Na rua Jardim Botânico, a água chegou a atingir o topo das rodas dos carros. Pedestres se penduraram nas grades do parque para se proteger.

    Alagamento de via no Rio

    Em apenas cinco horas, o bairro, que tem o mesmo nome, registrou chuva acima da média esperada para todo o mês de junho.

    As características de declive do Jardim Botânico fazem as águas descerem rápido e carregando muitos detritos, situação que entope galerias e ralos das vias e dificulta o escoamento das águas pluviais.

    A Lagoa Rodrigo de Freitas também transbordou. Em geral, ela é um dos principais pontos de escoamento para o mar da chuva que desce do Maciço da Tijuca pelo Jardim Botânico, mas nesta terça, o mar estava de ressaca, então o contrário aconteceu: o mar jogou mais água na Lagoa.

    As fortes chuvas no Maciço da Tijuca e a maré cheia também afetaram a região da Grande Tijuca. O rio Maracanã transbordou em alguns pontos, interditando trechos da avenida Maracanã.

    Bolsões de água foram registrados em diversas vias de bairros como Botafogo, Jardim Botânico, Ipanema, Laranjeiras, Lagoa, Flamengo, Catete, Copacabana, Vila Isabel, Maracanã, Tijuca, Usina, Rio das Pedras, Saúde e Santo Cristo.

    Uma árvore caiu na rua Marquês de Abrantes, na altura do metrô do Flamengo; uma barreira na rua Cosme Velho, na altura do Corcovado; O VLT teve as linhas 1 e 2 paralisadas devido à chuva.

    ÁREAS DE RISCO

    Em áreas de risco, como as várias favelas construídas nos morros da cidade, sirenes foram disparadas devido à chuva forte. Doze sirenes do Sistema de Alerta e Alarme Comunitário da Prefeitura foram acionadas em sete comunidades do Rio: Borel e Formiga (Tijuca), Prazeres, Escondidinho e Vila Elza (Santa Teresa), Santa Alexandrina (Rio Comprido) e Guararapes (Cosme Velho).

    Os moradores foram orientados por agentes comunitários e da Defesa Civil a deixarem suas casas. As sirenes foram desligadas e os moradores puderam retornar por volta das 2h desta quarta-feira (21).

    Segundo a Prefeitura, as pancadas de chuva que atingiram o Rio na tarde e noite de terça foram provocadas pelos ventos em altitude, umidade e a passagem uma frente fria pela cidade, somadas à topografia do Rio.

    Para esta quarta-feira, a previsão é de chuva fraca a moderada, ocasionalmente forte, em pontos da cidade.

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