"O jornalismo está vivíssimo", foi a primeira coisa que disse Paulo Nogueira em entrevista em 2015, questionado sobre o futuro do mercado.

Foi repórter, editor e diretor de publicações das editoras Abril e Globo e fundou o portal Diário do Centro do Mundo (DCM).

Também atuou na Folha no início da carreira.

Começou no jornalismo por influência do pai, Emir Nogueira, que trabalhou no jornal por mais de 30 anos, onde exerceu entre outras função equivalente à de secretário de Redação.

Paulo entrou para a Abril nos anos 1980, como repórter da "Veja". Foi editor da "Veja São Paulo", diretor de Redação da "Exame", responsável pelas revistas masculinas da empresa e, em sua última passagem, correspondente em Londres, entre 2010 e 2012. Também foi diretor editorial da editora Globo, em 2006.

No DCM, portal que criou em 2013 e comandava com o irmão Kiko, dizia estar realizando um sonho. Ali, praticava um jornalismo engajado e era um crítico acerbo da grande imprensa.

Depois de lutar contra um câncer por dez meses, Paulo morreu na noite desta quinta (29), aos 61. Deixa quatro filhos, irmãos e sobrinhos.

A ex-presidente Dilma Rousseff disse em rede social que o "jornalismo e a democracia brasileira perdem um grande militante e lutador" e que sua morte "ocorre num momento triste da história."

Também prestou homenagem o ex-presidente Lula, para quem Paulo "demonstrou como a comunicação pode ser democrática e importante ferramenta de resistência em tempos difíceis como o que vivemos".

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas