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    Corpo de jovem ainda aguarda enterro seis meses após morte; mãe é suspeita

    WAGNER CARVALHO
    COLABORAÇÃO PARA O UOL, EM BAURU (SP)

    04/07/2017 18h24

    Reprodução/Facebook
    Itaberli Lozano Rosa, de 17 anos, foi assassinado a facadas no fim de 2016
    Itaberlly Lozano Rosa, de 17 anos, foi assassinado a facadas no fim de 2016

    A espera para poder sepultar os restos mortais do jovem Itaberlly Lozano, 17, assassinado em casa em 29 de dezembro de 2016 pela própria mãe, segundo a Polícia Civil, virou mais um drama para a família. O caso ocorreu na cidade de Cravinhos (a 292 km de São Paulo).

    Embora a polícia afirme já ter identificado os responsáveis pelo crime, o enterro não pode ser realizado porque um laudo do IML (Instituto Médico Legal) ainda não conseguiu confirmar se os restos mortais encontrados no dia 9 de janeiro são realmente do rapaz.

    De acordo com as investigações da polícia, o adolescente foi morto pela própria mãe, Tatiana Lozano Pereira, 32, com a ajuda de outros dois jovens. Já o padrasto de Itaberlly teria ajudado Tatiana na ocultação do cadáver, levando o corpo até um canavial e posteriormente incendiando a plantação. O motivo do crime seriam brigas constantes entre mãe e filho e a orientação sexual de Itaberlly, que era homossexual.

    Para Dário Gabriel Rosa, tio da vítima, a espera é angustiante e gera revolta na família. "A gente aguarda para fazer o sepultamento, mas o corpo ainda está lá, à espera desse novo laudo que vai afirmar se tratar do menino. Já foi pedido urgência, mas nem teve resposta de São Paulo", afirma.

    Enquanto a Justiça não tiver um laudo conclusivo do IML (Instituto Médico Legal) que comprove a identidade dos restos mortais, o sepultamento não será autorizado. Após seis meses do caso que teve repercussão nacional, o corpo de Itaberlly continua no IML de Ribeirão Preto.

    Um novo teste foi feito há duas semanas com amostras do avô paterno. O Ministério Público já solicitou que o corpo não seja sepultado como indigente até que a perícia seja finalizada.

    Antes de morrer, o jovem Itaberlly postou em uma rede social que havia sido agredido pela mãe por ser gay. Tatiana deve ser julgada por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e homofobia.

    De acordo com o promotor Wanderley Trindade Júnior, todas as provas colhidas até agora ainda não são suficientes para mandar os acusados para o banco dos réus em um julgamento com júri popular. Falta ainda ouvir testemunhas de defesa e os próprios acusados.

    O CRIME

    Segundo a polícia, Itaberlly foi morto após ser esganado e receber uma facada no pescoço desferida pela mãe e por outros dois jovens: Victor Roberto da Silva, 19, e Miller Barissa, 18. O crime aconteceu na madrugada do dia 29 de dezembro de 2016, no quarto do garoto.

    O padrasto, o tratorista Alex Canteli Pereira, 45, teria participado do crime na ocultação do corpo do jovem. Ele e Tatiana teriam levado o corpo até um canavial e ateado fogo.

    À polícia, Tatiana, que assumiu a autoria do crime, contou que o filho era problemático, usuário de droga e havia ameaçado ela e o filho caçula.

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